Popularidade de Bolsonaro registra queda recorde, segundo Datafolha

Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during the Marechal Rondon Communications Award ceremony at the Planalto Palace in Brasilia, on September 14, 2021. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

O índice de popularidade do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, caiu para seu nível mais baixo em dois anos e nove meses de governo, com apenas 22% de opiniões favoráveis, é o que diz a pesquisa publicada nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Datafolha.

De acordo com o levantamento, o primeiro divulgado após as manifestações convocadas por Bolsonaro para o feriado de 7 de setembro, apenas 22% dos entrevistados consideram que a gestão do presidente é “ótima” ou “boa”, em comparação com os 24% que opinavam dessa maneira na pesquisa publicada em julho.

Já o índice dos que consideram seu governo “ruim ou péssimo” subiu para 53%, após registrar 51% em julho e 45% em maio, segundo a pesquisa, que ouviu 3.667 pessoas entre os dias 13 e 15 de setembro, e cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Entre os segmentos da população que mais rejeitam Bolsonaro estão os negros (59%), os jovens de 16 a 24 anos (59%) e os homossexuais/bissexuais (61%). Já os evangélicos (29%) e os empresários (38%) registram a maior aprovação do presidente.

Desde que chegou ao poder em janeiro de 2019, Bolsonaro acumula uma série de retrocessos em seus índices de popularidade, em meio a fortes críticas por sua gestão da pandemia, que soma mais de 588 mil mortes, por uma inflação que não dá trégua e o alto índice de desemprego.

Em paralelo, o Supremo Tribunal Federal (STF) investiga o presidente e seu entorno mais próximo em diversos casos, entre eles a difusão de ataques contra o sistema eleitoral, e o suposto crime de prevaricação relacionado a irregularidades na aquisição de vacinas contra a Covid-19.

Além disso, segundo as projeções mais recentes para as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro seria facilmente derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, até o momento, ainda não confirmou oficialmente a sua candidatura.

Ao se sentir cada vez mais pressionado, Bolsonaro convocou grandes mobilizações em seu apoio para o feriado da independência em 7 de setembro, principalmente em Brasília e São Paulo.

O presidente brasileiro esperava que ao menos 2 milhões de pessoas comparecessem à manifestação na avenida Paulista, no centro de São Paulo, mas a Polícia Militar calculou o número de presentes em 125 mil manifestantes.

Com discursos inflamados, Bolsonaro atacou o STF e voltou a criticar o sistema de votação através de urnas eletrônicas. No entanto, e apenas dois dias depois, Bolsonaro recuou e garantiu que seus ataques e ameaças foram resultado do “calor do momento”.

AFP

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *