“Pode ser Wolney ou José Queiroz”, diz Carlos Lupi sobre vaga para Senado

A articulação em curso, em Pernambuco, entre socialistas e pedetistas visando a evitar um racha na Frente Popular, caso o PDT precise armar um palanque para Ciro Gomes no Estado se dá sob os olhos atentos do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O dirigente não descarta abrir mão de uma candidatura própria ao Palácio das Princesas, caso seu partido possa ocupar um espaço na chapa majoritária a ser encabeçada pelo PSB.

À coluna, ele informa o seguinte: “Não descarto, porque, se isso se confirmar, se essa proposta se confirmar, significa que Ciro terá palanque do senador do PDT para fazer campanha dele em Pernambuco”. Leia-se: indicar um nome da legenda para uma vaga do Senado seria condição para o partido se manter na aliança liderada pelo governador Paulo Câmara.

Questionado sobre os nomes que o partido teria para a missão, Lupi não arrodeia: “Pode ser Wolney (Queiroz) ou pode ser (o deputado estadual) José Queiroz”. Como a coluna antecipara, o nome de Wolney, que preside o partido em Pernambuco, já vinha sendo ventilado em tratativas locais e, anteontem, ele fora recebido pelo prefeito do Recife, João Campos, em almoço.

Na ocasião, o gestor falou com Lupi ao telefone e ficaram de marcar um encontro. O herdeiro de Eduardo Campos vinha exercendo o papel de ponto de resistência a uma aliança nacional entre PSB e PT e é, hoje, dos socialistas, quem tem relação mais estreita com o PDT após ter levado o partido para seu palanque em 2020.

Indagado como se daria essa construção, já que o PSB está, praticamente, acertado de apoiar o ex-presidente Lula, Lupi minimiza: “Lula é outra questão. Eles apoiam quem eles querem e nós apoiamos quem nós queremos”. Leia-se: o dirigente nacional considera que, estando na mesma chapa, não haverá problema se o PSB pedir voto para o líder-mor do PT e um candidato ao Senado do PDT, para Ciro. As conversas são iniciais e Lupi ainda não foi à mesa com a cúpula do PSB.

Os caminhos do PDT
À coluna, Carlos Lupi enumera as alternativas com as quais o partido trabalha, hoje, em Pernambuco. “Ir numa aliança com PSB, garantindo palanque para Ciro Gomes numa chapa majoritária, que era o que tínhamos combinado em 2018, mas o PSB resolveu não dar chance, fechar aliança com Miguel Coelho ou ter candidatura própria. Vai depender da circunstância”, pondera.

Lá e lô > Miguel Coelho já esteve com Carlos Lupi, em Brasília, na casa de Wolney Queiroz, como a coluna cantara a pedra. Filiado ao DEM, ele pode ser candidato ao Governo do Estado pelo União Brasil, que ainda não definiu seu palanque presidencial.

Túnel do tempo > Carlos Lupi recorda 2020, quando PT e PSB, então rompidos, se enfrentaram duramente no Recife. “Nós apoiamos João num momento crucial. Ele estava bem abaixo da Marília Arraes. Na semana decisiva, estivemos com Ciro aqui e ele estava 10 pontos atrás. Coincidência ou não, acho que em algo conseguimos ajudar”, assinala e diz que, “desde a campanha de prefeito, já havia candidatura de Ciro e João disse que respeitaria”.

Cabo de guerra > Com a hipótese de federação sendo tratada, nos bastidores, por PP e Republicanos, o critério para definição da hierarquia nos estados foi à pauta. Resultado: já teria se decidido que o partido que teve mais votos em 2018 é que teria o comando, caso o mecanismo seja adotado.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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