É de Pernambuco, estado hegemônico na legenda, que partem as principais decisões do PSB nacional. Tudo só acontece ou avança nas hostes socialistas, definem alguns aliados, depois que Pernambuco sinaliza um caminho.
E há quem atribua ao Estado a condição de “farol” do partido. Destravar articulações em terras pernambucanas, portanto, tende a acarretar um efeito dominó, como ocorreu em 2018, por exemplo, capaz de desatar o nó em outras unidades da federação, onde impasses, entre PT e PSB, seguem instalados.
Nesse contexto e considerando que Paulo Câmara é, hoje, o principal interlocutor do PSB junto ao ex-presidente Lula, a ida dele a São Paulo, nesta quinta-feira (03), se configura num ritual, que sela o roteiro traçado por ele para definição do candidato à sua sucessão.
A Paulo, Lula ratificou que vai apoiar o candidato do PSB ao Governo de Pernambuco. No Instituto que leva seu nome, onde recebeu o socialista, o líder-mor do Partido dos Trabalhadores realçou a legitimidade do chefe do Executivo estadual para conduzir seu processo sucessório, o que já havia sublinhado em entrevista recente a blogueiros.
A diferença é que, dessa vez, foi no tête-à-tête, no olho no olho. O foco foi a cabeça de chapa em Pernambuco.
Para a vaga, o PT chegou a defender como alternativa, o nome do senador Humberto Costa, que esteve no Palácio das Princesas na última segunda-feira (31).
Assim como foi com Humberto há quatro dias, a pauta com Lula não avançou pelo tema Senado.
Como a coluna cantara a pedra, no PT, ainda no final da semana passada, já se falava em risco de “ruptura grave”, caso o PSB não ouvisse os petistas sobre o Senado, segunda opção da legenda, que se debruça sobre a estratégia de montar um “exército” de nomes no Congresso que votem alinhados com a legenda.
Ao reconhecer a legitimidade de Paulo Câmara de indicar o candidato a governador, Lula parece abrir caminho formalmente para que o PSB também reconheça a do PT de indicar um nome para o Senado.
Há bolsa de apostas, entre socialistas, nesse sentido. O martelo sobre isso, no entanto, só será batido depois.
Dissipada a hipótese de o PT gerar conflito pela cabeça de chapa, o governador fará o anúncio de seu candidato na próxima semana. Ao menos, essa é a expectativa no partido. O formato, no entanto, ainda estaria em discussão. A conferir.
Noventa por cento
Uma bolsa de apostas no PSB dá conta de que as chances de o deputado federal Danilo Cabral ser anunciado, na próxima semana, como candidato a governador, por Paulo Câmara, são de 90%. Mas há ainda quem evite cravar. Na lista das auscultas que faltavam no Estado, Paulo Câmara, além de ouvir alguns prefeitos, nos últimos dias, sobre a decisão, também consultou o presidente da Amupe, José Patriota.
Lá e lô > Se o PT precisa do apoio do PSB na corrida presidencial, socialistas têm admitido, em coro que, com 16 anos à frente do Governo do Estado, o que acaba acarretando fadiga de material, e bem em um reduto de Lula, ter o ex-presidente no palanque não é só importante, “é fundamental”.
Ainda não > À coluna, Humberto Costa assegura que não tratou de vaga para o Senado com Paulo Câmara na última segunda-feira. “O PT ainda não discutiu isso. Pode ser que haja espaço e um sentimento no partido. Mas só vamos discutir isso após a definição do candidato a governador”, sublinha o senador.
Folhape