Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (23), a Polícia Civil de Pernambuco detalhou o modus operandi de uma quadrilha apontada como responsável por diversos sequestros relâmpagos em alguns bairros do Recife e em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado, incluindo o de uma nutricionista na frente de um colégio particular, em Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, na última segunda-feira (21).
Segundo a corporação, as vítimas eram obrigadas a fazer transferências via Pix e passar cartões em maquinetas, além de repassar os dados bancários aos criminosos. As ameaças eram feitas com armas de fogo e até maçarico manual.
As investigações começaram em dezembro do ano passado, quando dois outros integrantes da quadrilha foram presos em flagrante após um sequestro nas proximidades da Sudene, no Recife.
O Grupo de Operações Especiais (GOE) conseguiu localizar com um dos autores o carro de uma das vítimas de um sequestro que ocorreu na última segunda-feira. As equipes policiais conseguiram efetuar a prisão de dois suspeitos ainda na segunda. A vítima havia sido deixada em uma fábrica nas proximidades da Arena de Pernambuco.
O delegado do GOE, José Tenório, explica que os sequestradores tiram as vítimas do local da ação para tentar ficar longe do radar de policiais. “Já de posse das informações bancárias e senhas do cartão, [a vítima] é retirada do veículo dela, passa para um veículo que dá apoio para a quadrilha e ali tem seus bens subtraídos”, detalha.
A participação de um dos presos em cerca de 30 ações de sequestros relâmpagos está sendo investigada pela polícia, bem como a responsabilidade do outro preso em clonagem e venda dos veículos das vítimas.
Entre outros sequestrados com participação dos presos detalhados pela polícia, estão um em novembro do ano passado, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco; dois no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, e outros três em Boa Viagem – todos quando as vítimas estacionavam seus veículos.
O delegado espera uma redução de sequestros relâmpago na área com a prisão dos suspeitos. “A gente conseguiu debelar boa parte da quadrilha, eles agora estão certamente enfraquecidos. As investigações vão continuar, ainda é muito preliminar para a gente dizer precisamente quantos membros estão em circulação”, completou José Tenório.
As próximas fases da investigação incluem a identificação de para onde os veículos são levados e quem fica responsável pelas contas bancárias.
O delegado explicou, ainda, que o grupo detalhado nesta quarta-feira (23) não é o mesmo que sequestrou uma médica no estacionamento do Hospital das Clínicas, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, em 11 de março.
“Esse é outro grupo que a gente também conseguiu debelar, também foram presos em flagrante, todos foram identificados, inclusive os foragidos. São grupos distintos, até agora a gente conseguiu debelar três”, disse Tenório.
Folhape