Estudo revela que Pernambuco sofre com déficit habitacional de 326.844 unidades

No domingo (21) foi comemorado o Dia Nacional da Habitação, um direito básico, assegurado pela Constituição Federal de 1988. Embora essa seja uma data de celebração, o estado de Pernambuco não tem muito o que comemorar, visto que, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) junto à Ecconit Consultoria Econômica, existe um déficit habitacional de 326.844 unidades em todo o estado.

Em Recife, o estudo do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PHLIS) de 2018, identificou um déficit de 71.160 moradias. Já em Caruaru, o último levantamento da Prefeitura, feito em 2014, apontou que o déficit habitacional da Cidade é de 8 mil imóveis, podendo esse número ter aumentado ou diminuído. Leonardo Queiroz, gerente geral de Vendas e Incorporação da Viana & Moura, explica que, com a falta de moradia, a população acaba se instalando em locais que não oferecem estrutura básica.

“Se não existe acesso à moradia digna, as pessoas vão morar na rua ou vão se alojar com outras, que é o que chamamos de coabitação. No primeiro caso, esse grupo perde diversos direitos, como o saneamento básico, e acaba sofrendo com propagação de doenças, insalubridade e outros problemas. No segundo caso, devido à quantidade de pessoas em uma casa, a qualidade de vida cai, o ensino básico, a alimentação e as condições de saúde são prejudicadas”, explica.

O déficit pode ser causado por vários fatores, como o crescimento desordenado. Em muitos casos, as cidades não estão preparadas para o desenvolvimento urbano ou não possuem estruturas sólidas para picos climáticos, por exemplo. Sendo assim, muitos moradores perdem os imóveis por falta de estrutura durante enchentes e fortes chuvas. Outro fator destacado por Leonardo Queiroz é o ônus excessivo com aluguel. “Uma família que tem como renda apenas um salário mínimo e mora de aluguel precisa pagar metade do que recebe só em aluguel. O valor que sobra não consegue atender às necessidades da família, o que precariza a alimentação, a educação e as necessidades básicas”, afirma.

Por conta disso, os governos federal e estadual têm buscado alternativas que diminuam o déficit habitacional, através do financiamento imobiliário. Mais do que ser uma solução, para Leonardo Queiroz, o financiamento imobiliário precisa viabilizar a compra, ou seja, facilitar. “O financiamento é uma alternativa para aquelas pessoas que não tem como comprar o imóvel à vista. Ele viabiliza a construção de novas unidades habitacionais, facilitando a compra da casa própria, que entrega estrutura, conforto, segurança e supre necessidades básicas, mas, para isso é preciso que esse processo seja descomplicado para que cada vez mais pessoas tenham acesso”, finaliza.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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