Capsulite adesiva, mais conhecida como ombro congelado, pode surgir sem causa aparente

A capsulite adesiva, mais conhecida como ombro congelado, decorre da inflamação da cápsula articular do ombro. O médico ortopedista Ricardo Fittipaldi, especialista em cirurgias de ombro e cotovelo, com atendimento no SEOT – Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, explica que a doença pode surgir sem causa aparente, mas pode estar relacionada a alguma lesão traumática, processos inflamatórios do ombro, cirurgias prévias ou devido a outras doenças como diabetes ou da tireoide.

Quando a cápsula articular do ombro – estrutura fina, elástica e flexível, à base de colágeno, que reveste a articulação e mantém o líquido articular, ajudando na estabilidade e função do ombro – é acometida pela capsulite, ocorre uma infiltração inflamatória da mesma, a qual se torna mais espessa, perdendo a elasticidade. O médico diz que o diagnóstico é feito com base na história clínica do paciente, somada a exames físicos e de imagem.

O especialista explica ainda que existem três fases da doença. “Inicialmente, na fase inflamatória, há a limitação gradual dos movimentos do ombro, acompanhada de dor. Depois, na fase restritiva ou de ‘congelamento’, os movimentos ficam bem limitados. Por último, na fase de ‘descongelamento’, ocorre a restauração dos movimentos do ombro, de forma lenta e progressiva”.

O tratamento acontece com base no estágio da doença. Na fase inicial da capsulite adesiva, o foco do tratamento deve estar no controle da dor. Já nas fases mais avançadas, o objetivo principal está na recuperação do movimento, também segundo o ortopedista. “Há casos em que bloqueios seriados do nervo supraescapular (com injeções de anestésicos ou corticoide intra-articulares), a cada duas ou quatro semanas, são indicados e, em casos selecionados, a manipulação da articulação sob anestesia”.

Fisioterapia e hidroterapia também são recomendadas para o controle da dor e a recuperação do movimento. Já a cirurgia é indicada quando o tratamento conservador não é satisfatório. Mas, isso também depende do estágio da doença, como aponta o médico. “A colaboração do paciente é imprescindível no tratamento da doença, uma vez que o processo todo leva de seis meses a dois anos, ou mais, para acontecer”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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