A deputada Delegada Gleide Ângelo esteve em Carpina, na mata norte do estado, nesta quarta-feira (03), onde se encontrou com a cabeleireira Ana Keyla, de 22 anos, e seus familiares. Vítima de uma tentativa de feminicídio na última segunda (01), a jovem, que não havia conseguido ingressar na rede de proteção a mulher vítima de violência doméstica, buscou orientação junto a parlamentar, que tem na pauta o principal norte de seu trabalho.
A jovem denunciou seu agressor, que mesmo após o crime, seguiu intimidando a ela e a seus familiares, mas não obteve êxito. No entanto, ela também foi vítima do descaso e da ausência de diálogo entre os organismos integrantes da rede de proteção – até hoje não houve a nomeação da coordenadora regional da mulher responsável pela área, por exemplo. Seu caso não foi tipificado como tentativa de feminicídio e, por isso, não houve comunicação entre as Secretarias da Mulher — tanto estadual, quanto municipal — e os demais órgãos da rede.
Detentora de uma capacidade de articulação e diálogo única, Gleide Ângelo conseguiu identificar os responsáveis por cada organismo e expor a gravidade da situação enfrentada pela família. Assim, Ana Keyla foi atendida e encaminhada para um local seguro. “O que aconteceu hoje aqui em Carpina, infelizmente, não foi uma excessão: a falta de integração entre todos os organismos que compõem a rede de proteção e amparo às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Esse é um exemplo vivo da importância de o porquê da segurança e da vida das mulheres ser uma pauta coletiva: todos podemos fazer a diferença. E através deste gesto eu reitero a urgência e o meu compromisso de trabalharmos uma política de mulheres séria e comprometida”, frisou a deputada.
INFORMAÇÕES — A Delegada também protocolou um pedido de informação junto ao Governo Estadual sobre a política de mulheres desenvolvida em Pernambuco. Entre os questionamentos, além do funcionamento integral das Delegacias da Mulher e o expressivo número de mulheres assassinadas no Estado (são quase 90 vítimas desde 1 de janeiro), a parlamentar também buscou esclarecimentos sobre o funcionamento da rede de proteção no Estado e o motivo da não nomeação das coordenadoras regionais da Secretaria da Mulher de Pernambuco – são 12 cargos dos quais apenas a metade está em funcionamento. “As coordenadoras têm a função estratégica de organização e encadeamento entre todas as esferas componentes da rede de proteção. Sem elas, as engrenagens ficam travadas e vemos casos, como o de hoje aqui em Carpina, se tornarem cada vez mais corriqueiros”, pontuou. O Governo tem até 30 dias para divulgar as informações solicitadas.