Governo faz gesto de aproximação e convida PSDB e Cidadania para reunião com Lula

Além dos representantes de partidos que possuem cadeiras na Esplanada dos Ministérios, a liderança do governo na Câmara convidou também o PSDB e o Cidadania para a reunião desta quinta-feira (22) à noite com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada.

Os líderes das duas siglas eram os únicos que não haviam confirmado presença até a noite de quarta-feira. De acordo com um petista, os representantes do PSDB e do Cidadania foram chamados porque as duas legendas votam com o governo em alguns temas.

Eleito presidente do PSDB no fim do ano passado, Marconi Perillo tem defendido que o partido faça oposição ao governo Lula. Rival histórico dos petistas, a sigla ficou neutra no segundo turno da disputa de 2022 entre Lula e Jair Bolsonaro, mas viu muitos de seus quadros, como ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-senador Tasso Jereissati, declararem apoio ao candidato do PT.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, dono da ficha de filiação número 7 do PSDB, deixou a legenda em 2021 e se filiou ao PSB para formar chapa com Lula.

Já o Cidadania declarou apoio a Lula no segundo turno de 2022, manteve essa posição no início do governo, mas a sua bancada na Câmara se diz independente.

Procurados para falar sobre o convite para a reunião com Lula, os líderes do PSDB, Adolfo Viana (BA), e do Cidadania, Alex Manente (SP), não responderam.

Lula vai receber nesta quinta-feira, no Palácio da Alvorada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de líderes da Casa. O encontro, marcado para as 19h, é um gesto de aproximação, em um momento em que o governo acumula insatisfações no Congresso.

No encontro, o presidente deve expor aos deputados as prioridades do Planalto, entre as quais, regulamentação da reforma tributária, programas para aumentar acesso ao crédito, projetos relacionados à transição ecológica e a Medida Provisória (MP) que prevê a reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia intensivos em mão de obra e a redução de benefícios do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), este último tem maior resistência entre líderes.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.