Do Congresso em Foco
A Procuradoria-Geral da Suíça identificou mais de mil contas bancárias que teriam relação com o esquema investigado pela Operação Lava Jato. Os titulares das contas são altos executivos da Petrobras e de seus fornecedores, intermediários financeiros, políticos brasileiros e, direta e indiretamente, outras empresas estrangeiras.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi à Suíça para negociar com o procurador suíço, Michel Lauber, o desbloqueio de US$ 70 milhões e devolvê-los àqueles que sofreram perdas no Brasil. A Procuradoria-Geral suíça identificou, até o momento, 340 relações bancárias suspeitas relacionadas aos casos de corrupção na Petrobras. Os dados são do órgão que formula relatórios sobre lavagem de dinheiro no país europeu, chamado Money Laundering Reporting Office (MROS).
Desde abril de 2014, a Procuradoria suíça abriu 60 investigações por suspeita de lavagem de dinheiro agravada (Art. 305, Sec.2, do Código Criminal Suíço) e, em muitos dos casos, por suspeita de recebimento de propina por agentes públicos (Art. 322). No curso dessas investigações, cerca de US$ 800 milhões em ativos mantidos na Suíça foram congelados. Em 2015, US$ 120 milhões foram desbloqueados com o consentimento dos titulares das contas, e medidas foram tomadas para que fossem devolvidos às partes que sofreram perdas relacionadas ao caso.
Em razão da complexidade das investigações, uma força-tarefa formada por especialistas da Procuradoria suíça, e apoiada pela Polícia Federal do país, conduz o caso. Duas investigações instauradas pela Procuradoria foram assumidas pelas autoridades brasileiras e já resultaram em acusações no Brasil. O órgão planeja que o Brasil assuma outras investigações que foram abertas na Suíça.