O Brasil passa por um momento delicado da sua história. Vamos enfrentar o segundo processo de impeachment de um presidente da república em menos de 30 anos. Tudo isso que está ocorrendo nos faz pensar no que queremos para nossa nação, mas principalmente para as nossas vidas.
O desemprego aumenta diariamente e assusta, especialmente, quem está entrando no mercado de trabalho. O poder de compra diminui bruscamente e o nível de endividamento da população cresceu. Nossos indicadores econômicos estão em queda desenfreada e as conquistas socioeconômicas dos últimos anos começam a entrar em risco.
Todos os dias, tomamos conhecimento de novos casos de corrupção nos mais variados níveis do estado brasileiro. A generalização das pessoas envolvidas e não envolvidas nos casos é inevitável, mas pergunto será que tudo isso só ocorre na política? Será que nós cidadãos não temos uma parcela de culpa ou responsabilidade? O jeitinho brasileiro de se fazer as coisas, a furada na fila, o pedido de benefícios por motivos escusos, a tentativa de se livrar da multa e tantos outros casos que sabemos que acontece no cotidiano também são atitudes condenáveis.
Acredito que precisamos todos fazer uma grande reflexão. Falamos tantas vezes no Brasil que desejamos, mas tratamos pouco das mudanças que as pessoas precisam fazer. Nosso país é formado por um povo eclético, com diferentes culturas e tradições, mas com um grande amor em comum: a nossa pátria.
O momento que estamos enfrentando se torna ainda mais delicado por ser às vésperas das eleições municipais. É por essa razão que sou a favor que as mudanças que já iniciaram ganhem corpo, voz e força ainda mais.
Temos que separar aquela velha prática da política assistencialista, onde, para se eleger, ganha quem “der” mais para as pessoas. A essência da política é de poder mudar as vidas das pessoas por meio de transformações e projetos com foco na coletividade, não através de favores. Não podemos mais aceitar a infeliz prática de comercialização de apoios, temos que colocar na prioridade o debate das idéias, das políticas públicas. As pessoas que querem e as que já estão na vida pública precisam fazer o debate do nós, e não do eu.
Reafirmo que podemos iniciar um novo tempo no Brasil, mas essa transformação só se faz possível se mudarmos as nossas posições e concepções. Independente do que ocorrer neste domingo, tudo deve servir de aprendizado e não podemos parar esse processo no domingo.
Precisamos continuar essas mudanças todos os dias. De nada serve ser a favor ou contra o que está passando, se no pessoal aceitarmos os “favores” cotidianos de qualquer que seja. Para qualquer grande mudança precisamos, primeiramente, de uma pequena atitude: agir.
* Miguel Coelho (deputado estadual e presidente do PSB de Petrolina)