Por José Ricardo Noronha
Em praticamente todas as minhas aulas, palestras, workshops e aulas de MBA que lidero no País todo dia, nas mais incríveis empresas do Brasil e do mundo, tenho tocado insistentemente na necessidade mais do que urgente das empresas investirem de forma ainda mais vigorosa, estruturada e estratégica no seu ativo mais precioso: o conhecimento dos seus profissionais.
Falo isso não apenas como parte diretamente interessada, pois sou Professor e Consultor na área de vendas, mas, principalmente, tendo por base o cenário de incrível competitividade que as empresas de todos os portes e dos mais variados setores têm enfrentado. Hoje, as margens para a criação da tão fundamental diferenciação são cada vez menores.
Vivemos importantes “revoluções” ao longo das últimas décadas. Da Revolução Industrial migramos para a Revolução da Tecnologia, que nos leva agora à Revolução do Conhecimento, onde definitivamente a educação de qualidade e a propagação do conceito no mundo corporativo da “cultura de aprendizagem” serão alguns dos mais importantes propulsores desta nova “Era”.
Uma nova Era na qual, como tão brilhantemente nos brinda o Fundador e Presidente do respeitado Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum), Klaus Schwab, não serão os grandes peixes que irão “papar” os peixes pequenos, e sim os peixes mais rápidos que irão engolir rapidamente os peixes mais lentos.
Um novo mundo onde, na visão sistêmica e bastante fundamentada de Schwab, o capitalismo que conhecemos dará lugar ao “talentismo”. Ou seja, o potencial humano ganhará ainda mais destaque, como talvez o único diferencial competitivo que as empresas terão à sua disposição.
Digo o único diferencial competitivo pois, com a acelerada profusão de novas, emergentes e cada vez mais acessíveis tecnologias, as empresas, empreendedores, líderes e profissionais poderão criar novos produtos, serviços e soluções em um ritmo muito mais rápido e até muito mais previsível em diversos mercados.
Somem-se às aceleradas mudanças aqui já citadas estudos recentes que trazem previsões até catastróficas para o mundo do “trabalho tradicional”, visto que muitas das profissões de hoje simplesmente irão desaparecer neste mundo cada vez mais conectado. A máquina irá, em muitas situações, substituir e até incrementar de forma significativa o trabalho que fora realizado até então pelo homem.
Ou seja, se de um lado a tecnologia e as tais revoluções que temos vivido nestas últimas décadas nos trazem benefícios palpáveis, como o crescimento de empresas disruptivas, como Uber e Air BnB, e de outro lado complicações das mais diversas, como a da redução dos empregos chamados “tradicionais”. O que se pode afirmar, sem medo de pestanejar, é que, diante de um cenário muito mais complexo e competitivo, a necessidade de se promover mais rapidamente o “casamento” das competências, habilidades e conhecimentos dos nossos profissionais com as competências, capacidades, valores, princípios e metas das nossas empresas nunca foi tão essencial quanto agora.
E é exatamente aqui que emerge este neologismo proposto pelo Sr. Klaus Schwab do “Talentismo”.
Aliás, o conceito do “Talentismo” está 100% alinhado às melhores e mais reconhecidas práticas de muitas empresas, que têm apostado em suas Universidades Corporativas para dar maior celeridade aos processos de descoberta, valorização e fomento dos seus talentos internos. Trata-se de uma importante medida de diferenciação em um mercado cada vez mais comoditizado e repleto de incontáveis empresas, que oferecem produtos, serviços e soluções muito similares ou iguais em um mercado formado por clientes cada vez mais exigentes e, muitas vezes, muito mais ariscos e propensos a fechar com os fornecedores de “menor preço”. Isso ocorre exatamente por não enxergarem os tais “diferenciais”, que muitas vezes simplesmente não os temos em nossas empresas e negócios.
Wow, veja quantos são os desafios que estamos expostos!
Comoditização, Talentismo, Revolução Tecnológica e mudanças incrivelmente aceleradas nos modelos de negócios e no cenário de empregabilidade no mundo todo.
Será que estamos prontos para fazer nossas empresas prosperarem diante de tantas mudanças e tamanhas novas “realidades” que nos desafiam todos os dias?