Estudo do Banco Mundial comprovou que o Brasil pode ganhar até 3,6 milhões de “novos pobres” com a política econômica que o presidente Michel Temer (PMDB) implantou no País. “Essa pedra já era cantada. Com essa política de arrocho ao trabalhador e a redução drástica de recursos para todas as áreas, consequentemente chegaríamos a um resultado desses. Com o desemprego aumentando, nós teremos cada vez mais pobres e miseráveis”, lamentou o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE).
Segundo o estudo, o perfil desses “novos pobres” é, na sua maioria, de adultos jovens, residentes em áreas urbanas, com escolaridade média e que perderam seu emprego na crise que se instalou após 2016, ano marcado pelo impeachment da presidenta Dilma. “É muito triste lembrar o quanto o Brasil avançou na última década e ver que esse presidente sem voto não se importa com os mais pobres”, comentou o parlamentar.
Foi durante os governos de Lula e Dilma que 36 milhões de pessoas foram tiradas da extrema pobreza com o Bolsa Família, considerado o maior programa de transferência de renda do mundo. O Bolsa Família, que durante as gestões do PT, beneficiou 14 milhões de famílias (50 milhões de pessoas), promoveu a inclusão e a cidadania da população de baixa renda, gerou emprego, aqueceu a economia, aumentou a escolaridade e reduziu a mortalidade infantil, ajudando a criar um país com menos pobres.
De acordo com o relatório do Banco Mundial, se o governo quiser parar com esse crescimento da pobreza, pelo menos aos níveis de 2015, terá que aumentar o número de recursos destinados ao Bolsa Família, este ano. Para 2017, Temer reservou R$ 29,8 bilhões, abaixo dos R$ 31 bilhões que seriam necessários. “Não tenho esperança nenhuma que esse presidente golpista aumente o orçamento para o programa. Com a PEC da Maldade aprovada, ele quer sangrar o povo pobre, o que vai acarretar em mais pessoas caindo aos mais baixos níveis da pobreza”, lamentou o líder da Oposição.
Humberto Costa ressaltou que o resultado do estudo do Banco Mundial era “uma tragédia anunciada”. Segundo a instituição, o número de pobres pode chegar a 21 milhões em 2017. O relatório ainda prevê que nove em cada dez pessoas que se tornarão pobres residem nas áreas urbanas e têm idade média de 37,9 anos. “As consequências dessa política de Temer são trágicas, sim. Não teremos apenas mais pobres, teremos mais pessoas doentes, morrendo. Teremos, também, um nível de violência sem tamanho nas grandes cidades. Não podemos deixar isso acontecer”, conclamou Humberto Costa.