Muita gente tem o sonho de deixar uma megalópole e viver no interior. Outras, simplesmente desejam mudar de cidade e querem abrir uma franquia porque acreditam que existam poucas opções onde vivem atualmente. Em ambos os casos, é preciso ter cautela tanto na escolha do segmento em que se atuará quanto na marca pela qual se optará. “Franquia não é um bilhete de loteria, no qual você aposta e, se não ganhar, joga novamente na próxima semana. É um investimento a longo prazo, em que, provavelmente, você colocará toda a economia de uma vida num negócio no qual trabalhará diariamente. Além de investir dinheiro, você depositará ali seu tempo, seu suor e dedicação. Por tudo isso, é imprescindível agir com muita estratégia”, aconselha Eládio Toledo, Diretor da US Franchising, consultoria especializada em Expansão de Redes, Varejo e Franchising.
Há mais de 20 anos, Eládio Toledo auxilia franqueadoras na expansão de suas redes pelo Brasil e, consequentemente, empreendedores a encontrar marcas e segmentos adequados aos seus perfis. “Vejo muitas pessoas interessadas em mudar de cidade. Algumas, porque querem uma vida mais tranquila, no interior. Outras, porque a escassez de ponto comercial nas capitais as faz pensar em investir em cidades menores. Seja qual for o motivo, elas precisam de orientação, porque é preciso conhecer bem a localidade para investir em qualquer franquia”, aconselha o especialista.
Toledo dá dicas para quem deseja mudar de cidade e abrir uma franquia:
1) O primeiro passo é conhecer a cidade e seu potencial econômico – Números. Não se faz nenhum negócio antes de conhecer todos os indicadores econômicos oficiais de uma localidade. Quando você decide se mudar para uma nova cidade e investir nela, é importante procurar a prefeitura, câmara municipal e a associação comercial e pedir acesso aos números locais. Essa pesquisa também pode ser feita pela Internet. Mas, o que você deve procurar? É preciso saber se essa é uma cidade-dormitório (aquela em que as pessoas apenas moram, mas não trabalham), quantas indústrias estão instaladas nela, quantas empresas de outros segmentos, qual é o número de habitantes e população flutuante (se ela for uma cidade turística, nos finais de semana, feriados e férias terá uma população muito maior do que nos dias úteis), quantos shoppings, ruas comerciais, bancos, supermercados, universidades e outros indicadores que mostrem se é uma cidade com bom potencial para o negócio que deseja implementar ou não. “Com tais dados em mãos, você conseguirá avaliar melhor o tipo de negócio a ser implantado. Por exemplo: uma cidade repleta de crianças pode precisar de cursos de idiomas. Já uma cidade com maior número de idosos necessita de serviços voltados a este público, enquanto a localidade com grande frota de veículos pode precisar de serviços automotivos…”, pondera o consultor.
2) Avalie os negócios já instalados e a concorrência – O segundo passo é conhecer o comércio da cidade. Visite as ruas comerciais, converse com os proprietários de lojas, vá aos shoppings e tente avaliar como se comporta o consumidor. “Apenas fazendeo um trabalho de campo é que você entenderá o local e suas particularidades. Aproveitando o exemplo acima, a cidade pode ter uma frota imensa e já ter muitos serviços automotivos. Você só saberá analisando a concorrência”, explica Toledo.
3) Descubra se existem pontos comerciais interessantes na cidade – Procure imobiliárias na cidade e também os shoppings. É nesses locais que você descobrirá se existem pontos comerciais para instalar seu negócio. “Às vezes, a cidade é ótima, mas, já não tem tantos pontos disponíveis ou eles são tão caros que inviabilizam o investimento”, comenta Toledo.
4) Com seu estudo realizado, busque franqueadoras que consigam prestar suporte adequado naquela cidade – Você escolheu a cidade e o segmento. Agora, tem a opção de escolher as marcas mais interessantes. Porém, como saber por qual optar? “Não adianta a marca ser ótima se ela não conseguir lhe entregar produtos ou prestar suporte onde você estiver. E se você precisar pagar o treinamento e as visitas do franqueador a um valor exorbitante, também inviabilizará o negócio. Isso pode parecer um mero detalhe, mas, não é. Já vi casos em que o franqueado desistiu da marca porque não conseguia custear a supervisão e o treinamento e, sem esses itens fundamentais, não tinha um bom desempenho. O correto é ser franqueado de uma marca que tenha todas as condições de lhe atender plenamente naquela cidade”, alerta o especialista.
5) Para evitar erros, procure ajuda especializada – Todos os passos acima demandam tempo, estratégia e conhecimento mínimo de negócios. Por isso, existem empresas que facilitam a busca por uma franquia, oferecendo suporte em todos os passos apresentados ao futuro franqueado. “Como nós realizamos a expansão de diversas redes, cruzamos o perfil do investidor com as oportunidades existentes no banco de dados das franqueadoras e apresentamos a ele opções que se adequem à cidade em que deseja investir. Esta é uma maneira de minimizar riscos, porque já realizamos o estudo de viabilidade do negócio e sabemos que aquela localidade tem potencial para a marca. Também auxiliamos na negociação do ponto, principalmente com shoppings, e em toda a implantação. Sem dúvida, hoje, essa é uma opção que contempla as necessidades dos futuros franqueados, sem ônus, e das franqueadoras”, finaliza o consultor.