O Hospital Jayme da Fonte acaba de realizar sua primeira cirurgia para tratamento de epilepsia, utilizando a estimulação cerebral profunda. O procedimento, até então inédito no Nordeste, envolve a implantação de um eletrodo no cérebro. Esse eletrodo impede a propagação de impulsos elétricos a partes específicas do cérebro, para o tratamento de pacientes com epilepsia. Trata-se de uma cirurgia neurológica de ponta, que envolve alta tecnologia, neurociência e uma equipe de profissionais qualificados para realizar o procedimento dentro de um rigoroso protocolo.
O médico explica que a cirurgia de neuroestimulação altera a propagação dos estímulos cerebrais anormais: “Ela atua diretamente na atividade cerebral, de maneira controlada, e seus efeitos são reversíveis, diferentemente de outras técnicas utilizadas”, afirma Dr. Antônio Marcos. Antes do procedimento, tudo é calculado e simulado através de um programa de computador e durante o processo o eletrodo é inserido de maneira minimamente invasiva no crânio do paciente, apenas com anestesia local, para que haja interação com o paciente durante o procedimento.
O neurocirurgião ainda explica que poucos hospitais no Brasil dispõem de equipe especializada e tecnologia hospitalar para realizar a cirurgia. O médico Antônio Marcos estuda o procedimento há vários anos, período no qual realizou treinamentos específicos e adquiriu o conhecimento necessário para trazê-lo para Pernambuco.
O paciente já fazia o tratamento da epilepsia com remédios há algum tempo, mas mantinha uma média 10 crises por mês. Após a cirurgia, a recuperação do paciente foi tranqüila, quase imediata e sem dor, e hoje apresenta um quadro com apenas uma crise nos últimos três meses. “A cirurgia devolve a autonomia do paciente, possibilita a melhoria da qualidade de vida em diversos aspectos, inclusive no que se refere ao convívio social”, afirma Dr. Antônio.
O neurocirurgião ainda explica: “Ainda não existe uma cura para a epilepsia, portanto a neurocirurgia funciona para o controle dos sintomas da doença. Ela permite ao portador uma melhora na qualidade de vida porque atua diretamente na atividade cerebral”.