Coco de Zambê se apresenta pelo Sonora Brasil no Sesc

Caruaru, internacionalmente conhecida como a Capital do Forró, vivenciará um outro ritmo e que também é um elemento da história cultural brasileira: o coco. O projeto Sonora Brasil do Sesc, que está percorrendo o Norte e Nordeste do país, traz para o interior de Pernambuco as tradições culturais da pisada dos cocos, chegando ao Teatro Rui Limeira Rosal nesta quinta-feira (24/8), às 20h, em uma apresentação do Coco Zambê. A entrada é gratuita.

O grupo potiguar é formado por Didi (Djalma Cosme da Silva), Uzinho (Severino de Barros), Tonho (Antonio Cosme de Barros), Mestre Mião (Damião Cosme de Barros), Zé Cosme (José Cosme Neto), Kéké (Clebesson da Silva), Pepé (Ederlan da Silva) e Beto (José Humberto Filho de Oliveira) e estará na cidade representando esta manifestação cultural característica das comunidades indígenas e quilombolas. A música do Coco de Zambê se caracteriza por ser uma espécie de canto responsorial, ou seja, os versos são puxados pelo mestre e respondidos pelo coro de vozes. Dois tambores estão presentes na maioria dos grupos que praticam o Coco de Zambê: o próprio Zambê, também conhecido como pau furado ou oco de pau, que é maior e mais grave, e o Chama, ambos construídos artesanalmente com troncos de árvores nativas do Nordeste.

A expressão cultural natural de Tibau do Sul, litoral do Rio Grande do Norte, chegou aos engenhos de cana-de-açúcar e colônias pesqueiras da região através de africanos escravizados, de acordo com pesquisadores. Citada inclusive por Mário de Andrade, na década de 1920, como uma brincadeira é caracterizada por uma dança que se desenvolve em uma roda que tem em seu centro os tocadores. Os brincantes se revezam com reverência ao tambor e realizam passos livres de grande energia que lembram movimentos da capoeira e do frevo. Curiosamente, uma das principais características do Coco de Zambê é o fato de ser praticado apenas por homens.

Sonora Brasil – é um projeto temático que tem como objetivo levar ao público expressões musicais pouco difundidas que integram o amplo cenário da cultura musical brasileira. Busca despertar um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão da música no país, incentivando novas práticas e novos hábitos de apreciação musical, promovendo apresentações de caráter essencialmente acústico, que valorizam a autenticidade sonora das obras e de seus intérpretes. Esta é a 20ª edição do projeto que apresenta os temas “Na pisada dos cocos” e “Bandas musicais”. O primeiro tema está circulando pelos estados das regiões Norte e Nordeste; o segundo segue pelos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No próximo ano, haverá uma inversão para que os grupos concluam o circuito nacional.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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