Do Congresso em Foco
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concluiu nessa quarta-feira (13) nova denúncia contra o presidente Michel Temer, informa a Folha de S.Paulo. De acordo com a reportagem, Temer será acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça em documento com 200 páginas a ser apresentado até o fim da tarde desta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A denúncia da PGR tem como base as delações de executivos da JBS e do corretor de valores Lúcio Funaro, considerado operador do PMDB nos esquemas de corrupção. Essa é a segunda denúncia a ser oferecida por Janot contra o presidente. A anterior, por corrupção, feita a partir das delações de executivos da J&F, foi rejeitada pelos aliados de Temer na Câmara.
Segundo a reportagem de Talita Fernandes, Temer será denunciado por obstrução da Justiça por ter avalizado, no entendimento de Janot, o empresário Joesley Batista a comprar o silêncio de Funaro e do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Já o crime de organização criminosa será atribuído ao presidente por sua atuação no chamado “quadrilhão” do PMDB na Câmara. Temer nega todas as acusações e alega sofrer perseguição política do procurador-geral da República. Ontem o Supremo rejeitou, por unanimidade, o pedido de suspeição de Janot apresentado pela defesa do presidente.
Confirmado o oferecimento da denúncia, caberá à Câmara analisar o pedido da Procuradoria Geral da República para autorizar o STF a julgar a acusação. Se não houver o apoio de pelo menos 342 deputados, o processo será suspenso até que Temer deixe a Presidência. Janot deixa a PGR na próxima segunda-feira, quando passará o cargo a Raquel Dodge.