O fim de ano, para muitos, é uma época de fechamento de ciclo e renovação. Época de fazermos retrospectivas do que foi feito, das coisas conquistadas e das perdidas. Mas, qual o saldo do vivido? Será que olhamos para o caminho percorrido com otimismo?
A coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade UNINASSAU Caruaru e doutora em Psicologia Clínica, Margarida Dantas, nos ajuda a entender melhor esses questionamentos. “Em um ano, vários acontecimentos integram a caminhada que fizemos, nos fazendo experimentar sensações boas e ruins. Entretanto, tendemos a valorizar com mais veemência o que foi triste, penoso, pesado”, explica.
Segundo Margarida, podemos realizar um procedimento cirúrgico e nos livrar de uma doença grave, mas o que nos marca mais é o peso do tratamento; podemos sair de um emprego e conseguir um melhor depois, uma melhor qualidade de vida, mas é da demissão que lembramos; podemos conseguir a liberação para adotar um filho, mas um aborto ainda tem o maior peso. “Esses exemplos nos levam a refletir o quanto estamos mais apegados às tristezas, fracassos, percalços que passamos do que a superação que alcançamos. O ideal seria olharmos o todo, dar a mesma importância que damos ao sofrimento, ao crescimento”, ressalta.
“Parafraseando Fernando Pessoa: ‘Pedras no caminho? Guardo todas! Um dia construirei um castelo!’, concluo que as adversidades não são só sofridas, mas, para além disso, nos ajudam a vencer, crescer, superar. Que possamos, então, olhar para as pedras do nosso caminho com positividade e fluidez, pois elas fazem parte do todo que somos e conquistamos”, conclui.