Agosto tem o “Dia dos Pais” e é o mês de “Valorização da Paternidade”. Promover o engajamento dos homens nas ações do planejamento reprodutivo e no acompanhamento do pré-natal, do parto e do pós-parto de suas parceiras e nos cuidados no desenvolvimento da criança, com a possibilidade real de melhoria na qualidade de vida para todas as pessoas envolvidas e vínculos afetivos saudáveis. Esses são os principais objetivos para celebrar o tema. Também é um momento especial para a família se dedicar mais para o homem do lar, que sempre está se mostrando forte, mas que precisa de atenção e cuidados com a saúde.
O mês de “Valorização da Paternidade” foi instituído pelo Comitê Vida, grupo de trabalho intersetorial que integra profissionais de organizações governamentais e não-governamentais, universidades e demais pessoas e instituições interessadas. A Coordenação Nacional de Saúde do Homem (CNSH) apoia essa ação e estimula que a mesma seja nacional. As iniciativas são baseadas em um dos eixos prioritários da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH): Paternidade e Cuidado.
“Será um momento de chamar a atenção dos homens para a importância da participação dos pais no processo de gestação, no parto e na educação dos bebês”, afirmou Francisco Moreira, coordenador de Saúde do Homem (Dapes/SAS), do Ministério da Saúde. Segundo ele, trata-se de um campo de atuação que oferece inúmeros benefícios na educação permanente em saúde, principalmente a valorização de modelos masculinos positivos que inspiram capacidade de ouvir, negociar e cooperar, pautados no respeito, tolerância, autocontrole e cuidado.
Entre as ações que estão sendo planejadas, estão o convite a todos os profissionais de saúde, gestores, educadores a desenvolverem ações de Paternidade e Cuidado, oficinas de capacitação do Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde e divulgação dos resultados da pesquisa “Saúde do Homem – Paternidade e Cuidado”, além de trabalhar pelo engajamento nas ações das coordenações estaduais e municipais de Saúde do Homem.
Instituída por meio da Portaria em 2009, o PNAISH tem como objetivo a promoção de ações de saúde que possibilitem a apreensão da realidade dos homens entre 20 e 59 anos de idade, sendo o Brasil um dos primeiros países a formular uma política direcionada a este segmento populacional e instituir uma Coordenação no Governo Federal. Os outros países são Irlanda (2008) e a Austrália (2010).
Sobre a saúde do homem
A cada três mortes de pessoas adultas no Brasil, duas são de homens. Os brasileiros vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arteriais mais elevadas. As três esferas do poder na área da saúde trabalham para melhorar a saúde dos homens (especialmente dos mais jovens), melhorar a relação entre gêneros, promover a igualdade entre gêneros e destacar papéis positivos de homens. É uma ocasião em que homens se reúnem para combater o sexismo e, ao mesmo tempo, celebrar suas conquistas e contribuições na comunidade, nas famílias e no casamento, e na criação dos filhos.
Já em 2008 o Ministério da Saúde do Brasil lançava a Política Nacional de Saúde do Homem com o objetivo de facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde. Uma das principais metas desta política é promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos. Outra meta diz respeito aos diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão. Este conjunto possibilita o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis nessa população.
A iniciativa é uma resposta à observação de que os agravos do sexo masculino são um problema de saúde pública. A política enfatiza a necessidade de mudanças de paradigmas no que concerne à percepção da população masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e à saúde de sua família. Considera essencial que, além dos aspectos educacionais, entre outras ações, os serviços públicos de saúde sejam organizados de modo a acolher e fazer com que o homem sinta-se parte integrante deles.