Um homem de 38 anos foi preso preventivamente, no bairro do Cordeiro, na última quinta-feira (18), acusado de estuprar uma menina desde que ela tinha, pelo menos, 10 anos de idade. Ela completou 12 anos no mês de junho. Antes, aos 11 anos, a vítima engravidou do abusador e deu à luz uma criança do sexo masculino, que nasceu no último mês de abril. O acusado era companheiro de uma tia da menina há seis anos, com quem morava desde os três anos de idade. Segundo depoimentos, a parente teria maiores condições financeiras de sustentar a sobrinha. O homem foi encaminhado ao Cotel e deve responder na justiça pelo crime de estupro de vulnerável, podendo pegar entre cinco e oito anos de prisão.
Segundo o gestor do Departamento de Polícia da Criança e Adolescente (DPCA), Darlson Macedo, a investigação chegou à conclusão da autoria do crime após a criança nascer, comprovando a paternidade biológica através de exame de DNA. “A mãe da menina estranhou porque a filha estava com uma barriga grande. Foram a um posto de saúde e lá os profissionais de saúde disseram que poderia ser um cisto. A menina foi encaminhada ao Imip, onde descobriram que ela estava grávida, com sete meses de gestação. O Imip a encaminhou à DPCA em março deste ano. Foram ouvidas as pessoas que conviviam com a menina, entre eles a tia, seu companheiro, a mãe e seu companheiro”, detalhou Macedo.
Ao ser ouvida por técnicas do DPCA, a menina disse não saber o que tinha acontecido e não passou muitas informações à polícia. “A vítima foi ouvida em escuta especializada e não em depoimento especial. Isso será feito na justiça. Mas ela negou o crime, por medo ou talvez para proteger o abusador. É importante ressaltar que mesmo que ela tenha consentido, é crime previsto em lei, visto que ela é menor de 14 anos”, ressaltou o delegado. A menina morava na mesma casa do acusado e é possível que os estupros tenham acontecido dentro da própria residência.
Segundo Darlson Macedo, após a criança nascer, foram pedidos exames de DNA tanto do companheiro da tia quanto do homem que vive com a mãe dela, já que muitas vezes a menina passava alguns dias com sua genitora. “Mesmo com os exames indicando a paternidade biológica, o homem negou que praticado o crime. Sugeriu que pudesse ter sido no banheiro, que ela teria sentado no vaso (sujo de material genético). Histórias que não se sustentam”, colocou o delegado.
Toda a investigação está sendo encaminhada à justiça com solicitação de ouvida de depoimento especial em juízo da vítima. “Vamos ver se, confrontando com os exames, a menina possa passar mais informações sobre o que acontecia”. De acordo com o DPCA, a tia e a mãe disseram que não suspeitavam de nada e estavam indignadas.
Pela falta de informações, a polícia não sabe precisar quando teria acontecido o primeiro abuso, desde quando eles estariam acontecendo, quanto tempo o abusador a estuprou e quantas vezes o crime ocorreu. “A menina não colaborou e o acusado nega. Mas a prova cabal foi mesmo o exame de DNA, por conta da qual a justiça solicitou a sua prisão preventiva”.
A delegada responsável pela investigação do caso foi Lúcia de Fátima e o mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo da 2ª Vara de Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital.
Diario de Pernambuco