Aécio e Dilma sem ataques pessoais, no debate da Record

Congresso em foco

Depois dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) protagonizarem um debate pautado por ofensas pessoais na semana passada, o clima ameno tomou conta do confronto realizado pela TV Recordo na noite deste domingo (19).

O candidato tucano questionou a adversária sobre as declarações recentes do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou ter dado dinheiro oriundo de propina para a campanha de 2010 da senadora petista Gleisi Hoffmann, que foi ministra da Casa Civil no governo Dilma.

O ex-diretor disse ao Ministério Público Federal que repassou R$ 1 milhão em espécie para um emissário da senadora, que é mulher do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Questionada pelo tucano, Dilma não respondeu.

Veja o resumo do debate, bloco a bloco

Para criticar o PT, Aécio também mencionou o pedido de demissão de um funcionário do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que teria sido motivado pela proibição de publicação de uma pesquisa que apontava estagnação nos indicadores de desigualdade social.

Como vem acontecendo em todos os debates neste segundo turno, a Petrobras esteve entre os temas preferenciais. Além dos escândalos de corrupção, Aécio criticou a perda de valor de mercado da estatal nós últimos anos. “No período do governo Dilma, a Petrobras perdeu metade do valor de mercado. O trabalhador que investiu o FGTS na empresa perdeu dinheiro”, atacou o tucano.

Dilma ironizou o adversário, ao lembrar que, quando foi governo, o PSDB vendeu 30% da Petrobras “a preço de banana” e que o desejo dos tucano ser era privatizar a empresa. Em sua defesa, Dilma também desfiou números sobre a produção atual da companhia e a descoberta do pré-sal.

Nos momentos em que atuou na ofensiva, Dilma acusou o tucano de ter defendido no passado a flexibilização das leis trabalhistas. Aécio tergiversou e garantiu ser favorável à manutenção das regras atuais e se comprometeu a garantir uma política de reajuste real do salário mínimo.

Dilma manteve a linha desenhada desde o início do segundo turno buscando sempre uma forte comparação entre as gestões do PT e do PSDB na era do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ela provocou o adversário atacando Armínio Fraga – que Aécio sinalizou que deverá ser seu ministro da Fazenda, caso vença a eleição – o chamando de “candidato a ministro da Fazenda” e afirmando que na época em que ele esteve à frente do Banco Central, a taxa oficial de juros chegou a 25%. Dilma insistiu no discurso de que o PSDB é sinônimo de desemprego e arrocho salarial.

Aécio Neves acusou a adversária de sucatear os bancos públicos, que não estariam recebendo repasses do Tesouro para o pagamento de benefícios sociais. “O senhor ouviu o galo cantar e não sabe onde. Isso é terrível quando acontece. Todos os bancos públicos são respeitados. Ouvi de seu candidato a ministro da Fazenda que ele iria reduzir o papel desses bancos e que ele não saberia no final o que iria cobrar”, rebateu a candidata.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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