O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, para apurar os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O pedido de abertura de investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base em depoimentos da Operação Lava Jato.
A suspeita é de que o tucano é beneficiário de um esquema de corrupção em Furnas, empresa estatal subsidiária da Eletrobras.
O caso foi inicialmente distribuído ao ministro Teori Zavascki, que relata a Lava Jato no Supremo. Teori, no entanto, não viu relação entre os indícios contra Aécio e os desvios na Petrobras. O pedido foi repassado, então, a Gilmar Mendes. Com o novo inquérito, 24 senadores no exercício do mandato respondem a acusações criminais no Supremo.
O inquérito foi aberto com base nas acusações feitas pelo doleiro Alberto Youssef em delação premiada. Janot também incluiu no pedido de abertura de investigação “fatos novos” a partir dos depoimentos de Delcídio do Amaral (sem partido-MS), senador cassado por quebra de decoro na última terça-feira (10).
O ex-senador afirma que o ex-presidente Lula lhe contou que Aécio lhe pediu a permanência de Dimas Toledo no comando da hidrelétrica. Dimas é apontado como responsável por desvios na estatal.
Aécio é alvo de outro pedido de investigação de Janot baseado em declarações de Delcídio. O ex-líder do governo no Senado afirma que o tucano agiu para alterar dados bancários do Banco Rural na CPI dos Correios, que apurou o mensalão em 2005.