A Associação das Empresas de Transportes de Passageiros de Caruaru (AETPC) firmou uma parceria com a OAB Caruaru, através da Comissão de Direitos Humanos, Comissão da Mulher Advogada e Comissão da Diversidade Sexual e Gênero para criar uma campanha com objetivo de combater à violência contra mulher, de gêneros e de crianças e adolescentes.
A campanha que tem como tema “Com todo respeito!“ visa conscientizar a população caruarauense e os turistas que visitam o município durante o São João sobre a importância de combater a violência e a exploração sexual de mulheres, LGTBs e de crianças e adolescentes.
A AETPC comemora a parceria firmada com a OAB Caruaru. “A campanha busca trazer para o sistema de transporte público esse entendimento sobre o respeito para com as mulheres, o público LGBGT e as crianças e adolescentes, na busca de uma conscientização social com objetivo de promover um ambiente pacífico e harmônico durante o São João, tanto dentro quanto fora dos ônibus”, disse Ricardo Henrique, diretor institucional da AETPC.
A OAB Caruaru ratifica a importância e a parceria com a AETPC. “Diante do grande fluxo de turistas que Caruaru e região recebem nesse período junino e diante da problemática da violência existente na sociedade, é uma honra contribuirmos para a campanha. Aproveito a oportunidade para agradecer a Ricardo Henrique pela parceria de sempre em prol da sociedade e convido a todos, por meio das comissões de Direitos Humanos, Mulher Advogada e Diversidade Sexual e Gênero, para participar da campanha utilizando a hashtag #ComTodoRespeito”, destacou o presidente da OAB Caruaru, Fernando Júnior.
Números da violência no Brasil
Mais de 500 mulheres são agredidas por hora no Brasil, revela o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento estima que mais de 16 milhões de mulheres, cerca de 27,35% das brasileiras, sofreram algum tipo de violência durante o ano passado. De acordo com a pesquisa, 536 mulheres são agredidas por hora no país, sendo que 177 sofrem espancamento.
A pesquisa do Instituto Datafolha ouviu 2.084 pessoas em 2018. Mais da metade (52%) das entrevistadas declarou que não procurou ajuda após as agressões; 15% falaram sobre o assunto com a família; 10% fizeram denúncia em delegacias da Mulher; 8% procuraram delegacias comuns; 8% procuraram a igreja e 5% ligaram para o telefone 190 da Polícia Militar.
Crianças e LBGTs (lésbicas, bissexuais, gays, travestis e transgêneros) também são vítimas frequentes da violência. O Disque 100 (um canal criado para receber informações sobre violações aos direitos humanos) registrou 529 denúncias de assassinato entre 2011 e 2018, a Transgender Europe informou 1.206 homicídios de transexuais e o GGB registrou 2.687 mortes.
Somados os números do Disque 110 aos Transgender Europe e do GGB (Grupo Gay da Bahia) totalizou 4.422 mortos no período. Isso equivale a 552 mortes por ano, ou uma vítima de homofobia a cada 16 horas no país.
Já a vulnerabilidade das crianças e dos adolescentes ao abuso sexual é uma “ameaça universal”, segundo um relatório publicado pelo setor de pesquisas da revista britânica “The Economist”, que analisou dados quantitativos e qualitativos de 40 países, mostra os dez países melhor colocados em um ranking de combate a abuso sexual infantil e exploração. Dos 40 países avaliados, o Brasil é o 11º melhor colocado, com 62,4 pontos. Nesta pontuação geral, ele está acima da média do grupo: 55,4 pontos.
O relatório considera diversas formas de violência sexual de menores, que configuram abusos e exploração. Isto inclui exposição a imagens e linguagem sexuais, casamento infantil, exploração sexual de crianças e estupros, entre outros.
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