Por Inaldo Sampaio
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, de passagem pelo Recife na última quinta-feira para assistir à posse do correligionário Wellington Batista na Secretaria de Agricultura do governo Paulo Câmara, defendeu uma aliança do seu partido com o PSB e o PCdoB em torno da candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. Seu argumento é incontestável. Ele diz que a junção desses três partidos na eleição presidencial seria auto-explicável porque todos estão no campo da esquerda. Os brizolistas anteveem a débâcle de Lula, cada vez mais enrolado na Lava Jato, não creem que Marina Silva vá muito longe após dois insucessos eleitorais, e acham improvável o PSB marchar novamente com o candidato do PSDB, seja ele João Dória ou Geraldo Alckmin. Sendo assim, propõem a unidade das esquerdas com Ciro Gomes, que apesar de ter a língua solta e falar mais do que devia, foi prefeito de capital, governador, ministro de duas pastas e candidato a presidente da República. É uma chance que o PDT oferece ao PSB para preservar sua identidade, apoiando um candidato que também dispensa explicações.
Briga para ser o 1º da fila
Ciro Gomes pertenceu ao PSB até março de 2014. Trocou esse partido pelo PROS por discordar da candidatura de Eduardo Campos a presidente da República. Não questionava o preparo político do então governador de Pernambuco para ser presidente da República. Apenas achava que por ter “mais currículo” do que ele, deveria ser o 1º da fila. Como não foi, decidiu cair fora.
Equívoco > Avaliação feita ontem por assessores do Palácio das Princesas que estão monitorando os passos da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB): “Politicamente ela é muito inábil. Recebeu o apoio de José Queiroz (PDT) no 2º turno e depois o empurrou para a oposição”.
Cerco > Desde que se filiou ao PMDB, o senador Fernando Bezerra já visitou mais de uma dezena de prefeitos. O último foi Édson Vieira (PSDB), de Santa Cruz do Capibaribe, na última 6ª feira. O prefeito ofereceu-lhe um almoço e convidou para testemunhá-lo o ex-deputado Oseás Moraes, pai do deputado Diogo Moraes (PSB).
10ª vez > Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que vai relatar na Câmara Federal a 2ª denúncia contra Michel Temer, está no seu 10º mandato consecutivo. O 1º foi em 1978. Igualou-se ao pernambucano Inocêncio Oliveira (PR), que também teve 10 mandatos, sendo o 1º em 1974.
Defesa > O PTB só ofereceu sua sede regional para a coletiva de imprensa do prefeito afastado de São Lourenço, Bruno Pereira (PTB), após avaliar como “consistente” as explicações dele sobre os motivos do afastamento. O PTB contratou para defendê-lo o advogado Bóris Trindade.
Cobrança > Eduardo da Fonte, presidente do PP-PE, vai continuar cobrando de Paulo Câmara uma secretaria de estado para o seu partido, que tem seis deputados estaduais: Everaldo Cabral, Cleiton Collins, Dr. Valdi, Eduíno Brito, Zé Maurício e Claudiano Filho. Alega que o PSD tem apenas três (Romário Dias, Álvaro Porto e Rodrigo Novaes) e controla a pasta das Cidades, o Detran e o Consórcio Grande Recife.