Diario de Pernambuco
De voz rouca e pausada, o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, não perde a paciência em meio a mais uma divisão interna do partido, postura que já produziu derrotas políticas nas urnas do estado em 2012, 2014 e 2016. Hoje (06), um dia depois de Marília Arraes (PT) e do governador Paulo Câmara (PSB) se encontrarem com Gleisi Hoffmann (PT), em Brasília, em horários diferentes, o petista fez ponderações. Disse que a reunião entre Gleisi e Paulo Câmara não tinha sido decisiva, mas, ao mesmo tempo, afirmou que, se o PSB nacional fizer o gesto de apoiar a candidatura de Lula, não haverá conflitos de retribuir e defender a reeleição do governador em Pernambuco. Para Bruno, esse seria um gesto maior que reaproximaria os dois partidos, adversários desde 2012.
Bruno tem se esforçado para não abrir arestas com Marília ou com senador Humberto Costa, que também é respeitado por Lula e defende a aliança com o PSB. Viajando para o interior do estado, onde participaria de um evento da Federação dos Trabalhadores Rurais, Bruno falou com o Diario por telefone.
O presidente estadual disse que o encontro do governador Paulo Câmara com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, não foi decisivo. Segundo ele, até agora o PSB não fechou apoio a Lula, da mesma maneira que o PT estadual não tomou partido sobre a aliança com os socialistas.“Caso essa aliança nacional se concretize, esse será um movimento de reaproximação e nós, que estamos distantes. Essa aliança decorreria de um realinhamento de forças diante do agravamento da crise política do país, da pauta imposta pelo governo Temer. Em torno da solução da maioria do povo brasileiro, se o PSB se soma a esta pauta e a esta candidatura (de Lula), a aliança ocorre sem contradição”.
Bruno Ribeiro frisou que, nesta quinta-feira, em Belo Horizonte, haverá o lançamento nacional da pré-candidatura de Lula e todos os presidentes dos estados foram chamados para participar. Ele ficará na capital mineira até sábado, porque vai conversar com Gleisi e discutir a conjuntura estadual e nacional. Ele disse que os outros presidentes farão o mesmo.