Manter o foco numa alimentação balanceada, nos dias de Carnaval, é um dos desafios para quem gosta de cair na folia. Muitas dietas são lançadas na internet, com diversas refeições e sugestões de alimentos que ajudam a manter o ritmo acelerado na festa de Momo, mas sempre de forma generalizada.
Com a imensidão geográfica do Brasil, cada parte do País tem seu jeitinho e a regionalização também se dá na forma de nos alimentarmos. Em cima disso, como seria uma dieta regional, baseada em alimentos do nosso cardápio como cuscuz, macaxeira, inhame, carne de bode e tantas outras opções? A nutricionista sanitarista e professora do curso de nutrição do Centro Universitário UniFavip|Wyden, Flávia Gabrielle Oliveira, traz orientações importantes sobre o assunto.
“No período de Carnaval, optar por refeições leves, não exagerar no consumo de alimentos ricos em gordura e sódio (desempacotar menos e descascar mais) é regra básica também durante o carnaval. A orientação é realizar as três principais refeições: café da manhã, almoço e jantar, incluindo lanches leves nos intervalos. No café da manhã, consumir cereais integrais, frutas e proteínas, como ovos, queijos brancos. Ex. Leite, cuscuz, ovo e banana ou café com leite e tapioca. No almoço e jantar, dar preferência a refeições equilibradas e de fácil digestão. Consumo de salada, proteína como peixes ou frango, leguminosas e uma boa fonte de carboidrato, como batata doce, batata inglesa, mandioca ou inhame”.
E em meio à exaustão causada pelos dias de folia, alguns alimentos do nosso cardápio regional podem gerar energia e combater a fadiga. “ É importante consumir frutas como banana, melão e suco de beterraba, laranja e frutas vermelhas e carboidratos como inhame, batata doce, aveia, arroz e macarrão, além de nozes castanhas e amêndoas, açaí, água, água de coco e mel. Realizar refeições a cada três horas, manter-se hidratado e garantir uma qualidade de sono adequada”, resumiu.
Muitos foliões também adoram aquela cervejinha para aliviar o calor ou outro tipo de bebida alcoólica. Mas é preciso ficar atento ao uso do álcool aliado à água, para não ser vítima de uma desidratação. “O exagero no consumo de bebidas alcoólicas e baixa ingestão hídrica no período de carnaval pode contribuir para ressaca e disfunções alimentares. Isso pode levar à desidratação, alterar o equilíbrio hidroeletrolítico, dificultar a termorregulação e, assim, representar um risco para a saúde. As bebidas alcoólicas são calóricas e aumenta a diurese, o que pode elevar o risco de desidratação. Consumir água proporciona a eliminação mais rápida dos metabólicos do álcool. Portanto, é fundamental manter-se hidratado. A sugestão é aumentar o consumo de água, sucos, bebidas isotônicas e água de coco – 2 a 3 litros diariamente”, orientou a professora do UniFavip|Wyden.
Há também quem não goste muito de se alimentar ou tem dificuldades em fazer refeições durante o Carnaval. Por isso, a nutricionista alerta sobre o perigo de manter longos períodos em jejum. “No período de jejum ocorre degradação de glicogênio e associado ao consumo elevado de bebidas alcoólicas pode elevar os riscos à saúde. Antes, durante e depois da folia é fundamental alimentar-se. Consumir bebidas alcoólicas em jejum, por exemplo, pode causar enjoo, tontura, náuseas, vômitos e dores de cabeça. Os sucos e bebidas não devem substituir as grandes refeições”, acrescentou ela.
Fica o alerta também para os alimentos ingeridos na rua, como lanches e frutos do mar que, se não estiverem bem conservados, podem trazer danos como uma infecção ou intoxicação alimentar e acabar com seu Carnaval. “É essencial observar as boas práticas de manipulação dos alimentos comercializados. Atenção especial aos aspectos higiênico-sanitários, formas de manipular e refrigeração dos alimentos a fim de garantir refeições adequadas e saudáveis”, finalizou Flávia Gabrielle.