Com o fim do inverno no Agreste, compreendido entre os meses de março a junho, e com ausência de chuva registrada nesse período, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) já está desenvolvendo os ajustes operacionais para promover alteração no regime de abastecimento de água das cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru (incluindo a Zona Rural). Essa medida será necessária diante da situação de pré-colapso em que se encontra a Barragem de Tabocas, principal manancial existente em Santa Cruz do Capibaribe, que hoje está com 0,98 % de sua capacidade. Por este motivo, as duas cidades serão atendidas apenas pelo Sistema Integrado Prata-Pirangi, a partir da próxima terça-feira, 20.
Em Caruaru, o rodízio de distribuição de água será alterado para 5 dias com água e 15 dias sem. Hoje, o regime obedece ao calendário de 5 dias com água e 10 sem. Já em Santa Cruz do Capibaribe, o atendimento será mantido em prédios públicos (escolas, creches, hospitais, entre outros) e na área comercial do Moda Center Santa Cruz, principal centro econômico do município. A Compesa informa que as contas dos clientes que não serão atendidos pela rede de distribuição de água serão suspensas.
A Barragem de Tabocas, que tem capacidade para acumular 13 milhões de metros cúbicos, vem sofrendo os efeitos dos últimos oito anos de estiagem na região. Atualmente, o manancial está apenas com 137 mil metros cúbicos de água. Estudos técnicos realizados pela Compesa apontam o colapso do manancial a partir da segunda quinzena do mês de agosto, quando não será mais possível captar água nesse reservatório para o abastecimento de Santa Cruz do Capibaribe. Diante dessa situação, a alternativa encontrada pela Compesa para não deixar Santa Cruz do Capibaribe totalmente sem abastecimento foi utilizar água do Sistema Prata-Pirangi – que hoje atende Caruaru, Altinho, Ibirajuba, Cachoeirinha e Agrestina.
Obras estruturadoras
Segundo o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Bruno Adelino, que gerencia a cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a escassez de água que penaliza o abastecimento da cidade será regularizada com a entrega da obra da Adutora do Alto Capibaribe, que garantirá segurança hídrica para a região. A obra está em curso com mais de 40% dos tubos já assentados ao longo de 28 quilômetros entre a captação em Barra de São Miguel (Paraíba) e a divisa com o município de Santa Cruz do Capibaribe. A adutora tem, 70 quilômetros de extensão. A expectativa da Compesa é que, até meados de 2020, sejam iniciados os testes para levar água do Rio São Francisco para Santa Cruz do Capibaribe. Também serão atendidos os municípios de Toritama, Jataúba, Taquaritinga do Norte e o Distrito de São Domingos, em Brejo da Madre Deus, podendo também beneficiar, de forma emergencial, as cidades de Vertentes, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá e Vertente do Lério.
Já para beneficiar Caruaru, a Compesa executa a obra da Adutora de Serro Azul. A nova adutora terá 58 quilômetros de extensão e capacidade para transportar 500 litros de água, por segundo, beneficiando as cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Bezerros e Gravatá – e de forma emergencial as cidades de São Caetano, Belo Jardim, Sanharó, São Bento do Una e Tacaimbó. Se somar os empreendimentos, a Adutora de Serro Azul e Adutora Alto do Capibaribe, são investidos mais de R$ 300 milhões. “Esse cenário de escassez é temporário, já que estamos com obras estruturadoras e de investimentos elevados em andamento para proporcionar regularidade e segurança hídrica no serviço de abastecimento de água dessa região”, explicou o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, responsável pela cidade de Caruaru, Mário Heitor.