Amazonas atrai facções que atuam em fornecimento de cocaína peruana no Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Congresso em Foco

Relatório do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas aponta ligação das facções criminosas na Amazônia com controle do fornecimento da cocaína peruana para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. O negócio teria lucro anual estimado em US$ 4,5 bilhões, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (12).

Com 3.209 km de fronteira com o Peru e a Colômbia, o Estado do Amazonas, de acordo com o relatório, tem a presença de três facções, sendo a Família do Norte (FDN), criada em Manaus, o Primeiro Comando da Capital (PCC), que controla principalmente a rota que usa o território paraguaio para abastecer o Centro-Sul com cocaína peruana e boliviana, e o Comando Vermelho (CV), também atua na região.

O documento, conforme afirma a reportagem, diz que o número atual de policiais militares e civis no Amazonas é insuficiente para enfrentar a intensa atividade do narcotráfico na região. O relatório foi elaborado após o massacre que deixou pouco mais de 64 presos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim e na Unidade Prisional do Puraquequara, em Manaus.

Na última terça-feira (10), o governo federal decidiu atender pedidos de socorro de sete estados: Amazonas, Roraima, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. Como auxílio, os governos do Amazonas e de Roraima receberam 100 homens da Força Nacional para auxiliar no policiamento e em questões de segurança pública local. No entanto, os homens não atuarão dentro dos presídios. Os estados também solicitaram remanejamento de verba do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para ampliação da cadeia e armamentos.

Com base em consultas aos estados, de dez, sete confirmaram presença do PCC (AC, AL, CE, MA, RO, RR e SE), seis detectaram núcleos do CV (AC, AL, CE, MA, RO e RR) e dois registram a atividade da Família do Norte (AC e RR). Foram apontados ainda a presença de facções locais em alguns estados. O Bonde dos 13 no Acre, os Anjos da Morte no Maranhão e o Comando Classe A no Pará. Apenas Goiás e Rio Grande do Norte, informaram que não há facções criminosas em seus territórios.

O documento mostra ainda que a cocaína sai do Peru, segue para Manaus pelo Rio Solimões, e depois vai para Belém. Neste último destino, o produto é separado e distribuído ao Nordeste e Centro Oeste.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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