O diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Leandro Fonseca, criticou o modelo vigente das operadoras de saúde no País. Segunde ele, o atual sistema prioriza resultados por procedimento em vez de focar no usuário. A reclamação foi feita durante a 48ª convenção da Unimed, que ocorre até esta sexta-feira (28), no Enotel, em Porto de Galinhas.
“É preciso mudar a lógica da assistência para uma pautada no conceito de valor em saúde. Por essa lógica, o resultado é o que importa, em vez do custo necessário para tratar o paciente”, afirmou Fonseca. Ele explicou que, ao colocar o paciente no centro do sistema, é possível conseguir a redução de valor. “Esse sistema fragmentado, em que a gente vai a uma consulta aqui e faz um exame em outro lugar, não tem ninguém responsável pelo resultado em saúde desse paciente. É preciso mudar essa lógica e o modelo de pagamento por procedimento reforça ainda mais essa fragmentação da assistência”, alfinetou o diretor-presidente em meio a uma plateia composta, em grande parte, por representantes de várias cooperativas de saúde.
E, como era de se esperar, não faltou quem criticasse o comentário de Fonseca. “A partir do momento que existe sempre um novo rol de procedimento a ser incorporado pelos planos de saúde, esse custo vai para o bolso dos usuários. É isso que encarece o setor”, disse o presidente da Unimed de Minas Gerais, Luis Otávio Fernandes.
Além dele, participaram do evento o presidente da Unimed Brasil, Orestes Pullin; o conselheiro nacional de Justiça e supervisor do Fórum Nacional da Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Arnaldo Hossepian, e a promotora do Ministério Público de Pernambuco, Liliane da Fonseca Lima.