O Novo Ensino Médio, que foi sancionado pela Presidência da República em fevereiro, deve abrir mais espaços na grade curricular para possivelmente oferecer cursos profissionais aos estudantes. De acordo com dados do Censo da Educação Básica, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o INEP, apenas 9% das matrículas realizadas no Ensino Médio são em cursos profissionalizantes.
Além disso, entre os estudantes do ensino regular do país, apenas 10% têm acesso a disciplinas de cursos técnicos profissionais, como explica o senador Armando Monteiro, do PTB pernambucano. “No Brasil, apenas 10% dos alunos do ensino médio cursam matérias do ensino técnico. O ensino técnico termina-se construindo no ensino de passagem e não em uma etapa de formação, que pode ser uma etapa já conclusiva, habilitando o jovem a ter uma profissão.”
O Novo Ensino Médio prevê que o aluno interessado em fazer curso técnico profissional possa se formar sem a necessidade de estudar em horários alternativos, ou seja, quando se formar no ensino regular, ele também estará apto a exercer uma profissão. A ideia é que todos os estados possam oferecer em suas escolas o ensino técnico de forma permanente, como lembra o Coordenador-Geral de Ensino Médio do MEC, Wisley Pereira. “Ter outras opções dentro das possibilidades do ensino médio, como o ensino técnico e profissional, é tentar também atender os projetos de vida dos estudantes. Mas, caberá isso ao sistema de ensino a produzir o ensino técnico e profissional já na matriz do Ensino Médio.”
De acordo com estudo encomendado pelo Senai, profissionais técnicos ganham salários até 18 por cento a mais quando comparados aos vencimentos dos profissionais formados no ensino regular, em todos os estados do país.