Presidente nacional do DEM, ACM Neto telefonou para o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, informando que haverá reunião da Executiva nacional do partido, hoje, para ajustes finais sobre a fusão entre as duas legendas. No caso do PSL, o encontro sobre o mesmo tema se dará amanhã ou na próxima quinta-feira. Não há mais grandes surpresas no radar, mas há ciência, entre os dirigentes, de que a costura nos estados não é tarefa fácil. Em alguns, o controle ficará com o DEM. Em Pernambuco, onde o Democratas é presidido, hoje, por Mendonça Filho, o comando da legenda já estaria hipotecado ao PSL. Leia-se: deve caber a Luciano Bivar após a fusão. O deputado não fala ainda sobre o assunto, se restringe a dizer que, em relação à direção nacional, a presidência deverá ser decidida em convenção. Mas deputados que acompanham as movimentações asseguram, à coluna, que essa construção “já foi pacificada” e que Mendonça Filho já estaria ciente. Ainda sobre a conjuntura local, Bivar observa que “será preciso fazer esse acordo com a nacional para definir tudo”. E adverte que será necessário “mais desprendimento, às vezes, do que problema para ser resolvido”. Ele define assim: “São muitas pontas. Você imagina dois partidos, a gente tem 25 anos, o DEM tem essa idade. Há muitas coisas enraizadas. Você precisa ter mais desprendimento, às vezes, do que problema para ser resolvido”. Uma conversa sobre o assunto ainda estaria para ocorrer entre Bivar e Mendonça Filho, mas Pernambuco vem sendo dado como certo na cota do PSL por lideranças próximas aos dois dirigentes. O DEM já havia programado o ato de filiação de Miguel Coelho para o próximo sábado. Bivar, que prestigiou, ontem, a comemoração dos 130 anos da Usina Cucaú, embarca para Brasília amanhã e tem reunião, na sexta-feira, com o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, recém-egresso do DEM. “Eu, estando aqui, estarei lá na filiação dele, não da candidatura dele, da filiaçao dele”, informa Bivar. Sobre o projeto majoritário do prefeito de Petrolina, ele, ao ser indagado, diz que um reforço a esse palanque “não é automático porque depende da nacional”. O detalhe é que, a despeito da fusão iminente, nas hostes socialistas, lideranças não veem Bivar como alguém que irá fazer Oposição ao PSB.
Nunca faltou
No PSB, a fusão com o DEM não é vista como um movimento que joga o PSL no campo oposicionista. O diálogo de Bivar com Paulo Câmara é fluído e, ontem, os dois não deixaram de trocar figurinhas. Conversaram na comemoração dos 130 anos da Usina Cucaú, comandada pelo presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro, que reuniu lideranças de várias tendências, marcando o início da moagem da safra 2021/2022. Socialistas realçam que Bivar nunca deixou de “fazer gesto” com eles.
Nas coxias > Com rumores crescentes em torno da possibilidade de Paulo Câmara concorrer ao Senado, o PP já sinalizou que se sentiria contemplado na chapa majoritária por uma candidatura do govenador à Casa Alta. Ontem, o presidente estadual dos progressistas, Eduardo da Fonte, foi à mesa com o socialista no Palácio das Princesas.
Testemunhas > Eduardo da Fonte conversou a sós com Paulo Câmara, primeiro, na presença apenas do filho, Lula da Fonte. Num segundo momento, contou participaram o deputado estadual Clóvis Paiva e o prefeito do Cabo, Keko do Armazém.
No radar > Saindo a fusão do DEM com o PSL, há expectativa de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recue do plano de ingressar no PSD. Maior tempo de TV e estrutura poderiam pesar para permanência dele, cotado para concorrer ao Planalto.
Blog da Folha