A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou na quinta-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) extratos bancários do período em que ele esteve na Presidência. A medida foi uma forma de se antecipar à quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro, autorizada na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes.
A quebra de sigilo foi determinada no âmbito da investigação sobre um esquema de venda de joias recebidas por Bolsonaro quando era presidente. A suspeita da Polícia Federal (PF) é de que o dinheiro da venda era destinado a Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também foi alvo da medida.
Na petição, os advogados Daniel Tesser e Paulo Cunha Bueno afirmam que estão apresentando os extratos de Bolsonaro “no período em que atuou como Presidente da República”. Entretanto, a PF suspeita que possa ter ocorrido entrega de dinheiro ao ex-presidente neste ano, quando ele já estava fora do cargo. Em um diálogo em janeiro, por exemplo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid mencionou US$ 25 mil em espécie que seriam do ex-mandatário.
A defesa também afirma que a apresentação dos documentos afastaria “necessidade de se movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em questão”, em uma tentativa de evitar a apresentação dos dados oficiais.
Em uma resposta indireta às acusações, os advogados ainda afirmam que, durante seu governo, Bolsonaro “se manteve fiel aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade”.
O Globo