As diretrizes de comércio exterior adotadas pelo ministro José Serra no Itamaraty são uma continuidade das ações do Plano Nacional de Exportações (PNCE) executado pelo então Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A afirmação é do senador Armando Monteiro (PTB-PE), ex-titular do MDIC, em discurso nesta quinta-feira, 09, no plenário do Senado. “Percebo, com satisfação, que, no conteúdo, as estratégias do chanceler Serra são a continuidade das ações adotadas pelo governo até recentemente”, assinalou.
Armando listou como idênticas à agenda do MDIC, colocada em prática desde junho de 2015, as linhas do Itamaraty anunciadas por Serra que focam a ampliação dos negócios com os Estados Unidos, dão prioridade ao Mercosul e às relações com a Argentina e estabelecem maiores negociações com os países da Aliança do Pacífico – Chile, Colômbia, México e Peru.
Mencionou também como coincidente com a atuação do MDIC a estratégia do atual ministro das Relações Exteriores de firmar acordos comerciais que incluam novos temas, não se restringindo somente às questões tarifárias.
Convergência – O senador pernambucano destacou que, no MDIC, firmou com os Estados Unidos, principal mercado dos manufaturados brasileiros, acordo de convergência de regulamentos, harmonização de normas técnicas e de propriedade intelectual que ampliará o mercado americano às vendas de máquinas e equipamentos, luminárias, cerâmica, têxtil, refrigeração.
Lembrou que na sua gestão no MDIC – elogiada em apartes no plenário pelas senadoras Simone Tebet (PMDB-MS) e Ana Amélia (PP-RS) e pelos senadores Waldemir Moka (PMDB-MS) e Paulo Rocha (PT-PA) – foram retomadas, em abril último, em novas bases, as reuniões da Comissão Bilateral Brasil e Argentina, que não ocorriam desde 2011.
Armando Monteiro citou os acordos bilaterais que firmou com o México, Colômbia, Chile e Peru como uma grande abertura ao aumento das exportações brasileiras para os quatro países, especialmente de automóveis.
“São exemplos de iniciativas de negociações bilaterais e regionais, tomadas recentemente, que demonstram que nossa política comercial tem se movimentado em diversas frentes”, sublinhou.
O senador petebista salientou ainda, no seu pronunciamento, “a recuperação espetacular” das contas externas no ano passado e em 2016, com o retorno dos superávits na balança comercial e seus efeitos positivos na redução do déficit em contas correntes. “O comércio exterior precisa ter centralidade na política econômica”, concluiu.