Artigo – A doença de Alzheimer e suas formas de prevenção e qualidade de vida

Não é raro ouvi que certo indivíduo idoso está com “demência”, mas ao quê esse termo na Medicina de fato se refere? É o que conhecemos por doenças neurodegenerativas, ou seja, aquelas em que ocorre a destruição progressiva e irreversível de neurônios, que são as células responsáveis pelas funções do Sistema Nervoso.

Essas doenças caracterizam-se por alterações do funcionamento cognitivo, que está relacionado a memória, linguagem, planejamento, habilidades visuais-espaciais, bem como mudanças comportamentais, como apatia, agitação, agressividade, delírios, entre outras, esses sintomas limitam progressivamente a pessoa nas suas atividades da vida diária, sejam profissionais, sociais, de lazer, domésticas ou até de autocuidado.

Entre os quadros clínicos de demência, a Doença de Alzheimer responde por cerca de 60% de todas as demências, tornando-a causa principal. Quanto ao curso clínico, apresenta-se com início insidioso, sem nenhuma gravidade aparente, e deterioração progressiva. O prejuízo de memória é o evento clínico de maior magnitude nessa enfermidade.

A etiologia, ou seja, a origem da Doença de Alzheimer ainda desconhecida, com exceção dos raros casos familiares, com início precoce, nos quais se observam que houve uma mutação genética específica. Os fatores genéticos são bastante relevantes, pois se sabe que um histórico familiar da doença é o único fator sistemático associado, excetuando-se a questão da idade.

Um questionamento comum é que será que existe forma de prevenção da Doença de Alzheimer. Na atualidade, não parecem existir provas de que qualquer medida de prevenção é definitivamente bem-sucedida, na verdade o que há são diversas medidas gerais que irão ajudar a preservar a saúde mental e, por consequência, que diminuem o risco da pessoa desenvolver a doença.

Quais seriam essas medidas preventivas? São atitudes simples que podem trazer grandes benefícios, entre elas estão: atividade mental regular e diversificada; atividade física regular; boa alimentação; bom sono; lazer; evitar maus hábitos: não fumar, beber com moderação e; cuidados com a saúde física geral: tomar os medicamentos corretamente, ir ao médico regularmente.

Discussões sobre a qualidade de vida de indivíduos que desenvolvem a doença são fundamentais para a adequação da atenção ao paciente e até redução de gastos públicos com cuidados. Observamos que essa temática tem sido o foco de muitos estudos na área da saúde, demonstrando a importância desse tema enquanto medida para se avaliar se um tratamento é bem-sucedido em termos de bem-estar e satisfação com a vida do doente com Alzheimer.

Muitos estudos relatam que o ambiente familiar e os relacionamentos interpessoais são valorizados pelos indivíduos acometidos pela doença, observamos que os processos de estímulos e fortalecimento das relações entre familiares e profissionais mostram-se fundamentais para proporcionar o bem-estar ao idoso.

Sugere-se, contudo, atenção por parte das políticas públicas que visem disponibilizar estratégias relacionadas a educação, exercícios físicos, reabilitação cognitiva, atividades sociais e artísticas, com o intuito da perspectiva de cuidado com os diversos aspectos da qualidade de vida relacionado ao indivíduo com a Doença de Alzheimer.

Porém, é interessante salientar a necessidade de uma assistência que beneficie não só o doente, mas também o cuidador, visto que este apresentando uma qualidade de vida satisfatória possibilitará garantir melhor assistência ao idoso e consequentemente uma melhoria na qualidade de vida deste. O cuidador é uma agente fundamental para a pessoa idosa no enfrentamento da dependência que a doença impõe.

Portanto, quanto antes for feito o diagnóstico da doença, melhor será para o doente. Ao começar o tratamento o mais cedo possível, de preferência bem no início, a pessoa viverá melhor e por mais tempo, reduzindo o avanço da doença. A primeira coisa que você precisa é saber identificar os primeiros sinais e o próximo passo é procurar um médico especialista. Afinal, a informação é o melhor remédio.

Por Igor Souza Biomédico, doutor em Ciências Biológicas e professor do curso de Biomedicina da Faculdade UNINASSAU Caruaru

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