Fernando Dias Cabral
O mundo parece estar à beira do colapso, mas o que desperta curiosidade é como o investidor reagiu mediante a pandemia do Coronavírus. Aqui e no resto do mundo, as grandes instituições estão migrando para ouro e dólar com a intenção de se proteger de futuras desvalorizações (que poderão ser ainda maiores).
As ações pertencentes ao índice Ibovespa, por exemplo, perderam 31,44% nos últimos 45 dias com base na fonte de dados Comdinheiro. Justifica? Pois bem, vamos refletir! Na teoria, o valor de uma empresa é estimado com base em seus fundamentos econômicos. Se esses fundamentos não são de curto prazo, por que estamos vivenciando a deterioração no valor das empresas na Bolsa?
Poderíamos buscar essas respostas nos setores que foram afetados positivamente e negativamente, mas nota-se que mesmo setorialmente, todas perderam valor. Até mesmo os setores de consumo cíclico e saúde, que despontam em vendas, perderam valor.
A resposta parece estar no efeito manada, em que todos seguem investidores de peso. Eles atuam como influenciadores e, em situações como essa, se desfazem da posição de países emergentes, desprezando as condições reais da empresa. Pessoa física, investidor estrangeiro e instituições estão se desfazendo das posições mais do que firmando. Então a lei de oferta e demanda, regida pela pandemia psicológica, derruba o valor das empresas independentemente dos seus fundamentos econômicos.
O circuit breaker, nome dado para o mecanismo das bolsas que visa protegê-las de fortes volatilidades, não será capaz de frear a pandemia do mercado. Sabendo disso, acredito ser este o melhor momento para as empresas recomprarem ações, principalmente as que estão sendo negociadas com preço abaixo do valor patrimonial.
Resta saber quando o mercado saíra da pandemia psicológica, na tentativa de entender o que de fato implica no mundo real das empresas e seus reflexos no valor.