Artigo: A Rua e a Arte

Por Herlon Cavalcante

É comum ver nas ruas de todas as cidades do mundo artistas mostrando seus talentos em busca de alguns trocados e sobrevivência. Eles atuam em vários cantos, nos semáforos, nas praças, nos parques, nas portas das escolas, nas principais avenidas e por aí va.

Em Caruaru não é diferente, todos os dias encontramos eles fazendo seus malabares, dançando no asfalto quente, em cima de bicicletas de uma roda só, vendendo jujubas com seus rostos maquiados entre tantas outras formas de expressão cultural que por muitas vezes, passamos despercebidos pelo corre-corre da vida, ou por falta de atenção mesmo!!!!

Mas o que leva essas pessoas a enxergar nas ruas seus verdadeiros palcos dos espetáculos culturais ao ar livre? São muitas perguntas e um universo de respostas. Entre tantas delas, a falta de valorização cultural é a mais constante. Nos grandes centros urbanos a história se repete.

A falta de políticas públicas que chegue na ponta também é um dos grandes motivos, a falta de espaços públicos e valorização cultural local é outra grande pedra no caminho, sem falar na falta de campanhas educativas, acompanhamento e respeito com os artistas.

No ano passado estive em Portugal, fui apresentar uma palestra sobre a origem do cordel em Lisboa. Entre tantas coisas belas que visitei, pude observar que nas principais avenidas, ruas, praças, museus da cidade, os artistas populares ou eruditos estão a todo vapor realizando seus trabalhos culturais. São tantos bons artistas de todas as linguagens envolvendo a rua, a sociedade e a arte…
Caruaru que é uma cidade movida pela arte e pela cultura. Temos uma diversidade de linguagens artísticas que nenhuma outra cidade do país existe. Nossa cidade poderia assumir esse papel entre a arte, o artista e a rua.

Capacitar, realizar um trabalho de difusão intenso, cadastrar, envolver eles em campanhas educativas, são algumas das ideias que poderiam acontecer.

Está na hora de enxergarmos esses artistas das ruas como fonte de inspiração e movimento constante. A arte é para todos, arte não se discute se observa, arte e cultura envolve a dança boa da vida.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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