Maurício Assuero
Entre 02 de janeiro e 30 de abril de 2019, o BNDES emprestou R$ 4,056 bilhões através de suas diversas linha de crédito. O estado brasileiro menos contemplando foi o Acre que recebeu R$ 1,216 milhões, corresponde a 0,02% e somente 0,55% da região Norte que foi contemplada com R$ 221,498 milhões. Nesta região destaca-se o estado da Amazônia que captou R$ 91,938 milhões, ou seja, 41,51% do total. Aqui, os estados territorialmente menores como Acre, Rondônia e Roraima, respondem apenas por 5% do que foi captado pela região.
Para o nordeste forma emprestados R$ 231,824 milhões dos quais R$ 89,242 milhões, isto é, 38,50% do que captou a região. Destaque-se que o estado de Pernambuco obteve R$ 41,381 milhões, equivalente a pouco mais da metade obtido pelo estado da Bahia. Conjuntamente, os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco, 71,66% do total da região. Logicamente, que a região Sudeste se destaca. A região Sudeste tem 2,65 mais empréstimos do que o Centro Oeste e 1,50 vezes mais empréstimo do que a região Sul. Acrescente que estas regiões, juntas, representam 88,82% de que foi emprestado nesse período. Apenas para comparar com o mesmo período do ano passado, sem detalhar tanto, tivemos R$ 299,337 milhões.
Os valores atuais são 13,45 vezes superiores ao que foi emprestado no mesmo período do ano passado. Eventualmente que há explicações plausíveis para isso, uma delas foi a queda da economia no governo medíocre de Temer. Já havia duros sinais de retração, entretanto, o ano de 2018 fechou com R$ 17,451 bilhões, fato que pode indicar um fechamento semelhante em 2019 caso o empresariado acredito nas políticas que estão sendo propostas.
O grande problema desses recursos é que, no caso de 2019, 88,04% foram emprestados através do programa BNDES FINAME que se destina à aquisição de máquinas e veículos. Notadamente, 18,22% se destinaram a financiar atividades comerciais e de serviços, ou seja, R$ 738,972 milhões. Nada contra esse tipo de apoio, no entanto, o crescimento econômico passa por um olhar mais acurado na indústria de transformação. Em todo país desenvolvido, a base de investimento começar pela indústria. A atividade de transporte rodoviário, levou R$ 1,872 bilhões, ou seja, 46,17% do total. Exatamente esse panorama dado pelas operações de FINAME: os recursos são destinados à renovação de frotas. Embora necessário, a contribuição para o PIB tem impacto menor.
Em complemento as operações que representam investimento em projetos novos, expansão modernização de empresas, representaram somente 11,92% do total emprestado. Novamente: isso é fruto do ambiente de incerteza que o país vive. Lamentavelmente, grande parte dos nossos representantes não compreende esse cenário.