Dora Ramos
O que faz uma empresa se destacar dentre as demais que prestam o mesmo tipo de serviço? Geralmente, a resposta imediata para essa pergunta é baseada em critérios como bom atendimento, competitividade e resultados de qualidade. Isso é verdade, mas no caso da área da Contabilidade, outros aspectos são especialmente relevantes. Quais? O principal deles, sem dúvida, é a transparência, como em uma filosofia geral que norteie as decisões da companhia e também nas questões administrativas.
Ao longo do tempo, temos visto que há um maior grau de responsabilidade para quem atua como gestor de dados e informações econômicas. Por isso, é importante garantir que o profissional contábil cumpra seu papel com competências contábeis apuradas e atitudes éticas. Para começar, é fundamental que ele conheça as normas tributárias e suas aplicações na prática e também atenda aos prazos fiscais à risca.
Entretanto, para que tudo ocorra da forma mais eficiente, é essencial que os contratantes sejam transparentes na relação com seus contadores e exponham todos os detalhes das transações para que, juntos, possam agir pelo caminho apropriado. Nesse contexto, cabe aos gestores da área financeira ouvir as recomendações do profissional escolhido para realizar a parceria.
Isso pode parecer óbvio, mas ainda é comum presenciar cenas em que o cliente decide seguir um caminho diferente daquele proposto por seu assessor para assuntos contábeis, por acreditar que podem tomar decisões mais acertadas. É como se alguém fosse ao médico e, em vez de seguir o tratamento indicado por ele, passasse a tomar remédios que não foram prescritos. Se a automedicação é prejudicial à saúde, a autogestão dos processos financeiros/contábeis é nociva às empresas.
Assim como o contador deve tratar os números de forma correta, tanto de acordo com as leis vigentes como com a sua ética pessoal, também é obrigação do administrador da empresa manejar suas contas de forma apropriada, fazendo com que aquilo que vai para a mão do contabilista esteja sempre correto – mesmo que receba informações errôneas, o contador não pode modificá-las ou remanejá-las, já que os números não mentem e, atualmente, a tecnologia vigia e fiscaliza constantemente.
A responsabilidade dos profissionais contábeis é a de orientar e informar o administrador. Na sequência, ordenar, organizar e processar os dados recebidos, além de tirar resultados deles, de maneira que essas informações tornem-se um ponto de apoio e de tomada de decisão. Qualquer expectativa diferente por parte dos gestores pode gerar insatisfação e descontentamento para ambos, contador e empresário.
Para o contabilista inserido numa realidade repleta de processos burocráticos, o conflito entre o que é correto e o que é mais vantajoso é um fato do cotidiano. Por isso, a experiência e o “feeling” não são mais fatores decisivos: exige-se um elenco de habilidades técnicas sobre procedimentos vitais para o sucesso da companhia. Cursos técnicos, de idiomas, graduação e programas de especialização que contribuam para o aperfeiçoamento pessoal do contador passam a ser essenciais para quem deseja sobreviver no mercado, crescendo com bases sólidas e legais.
Podemos dizer, então, que os resultados gerados pelo departamento de Contabilidade ultrapassam as simples exigências impostas pela legislação brasileira. Muito além delas, é possível fortalecer uma marca e criar condições de crescimento para uma empresa. Afinal de contas, sem a necessária estabilidade financeira, é impossível que uma organização consiga influenciar positivamente seu mercado.