Por Fernanda Andrade
Ser líder é um desafio. Além de competência técnica, é preciso muita sabedoria e inteligência emocional. Afinal, é necessário lidar não apenas com as suas próprias dificuldades, mas com as de toda a equipe. É preciso cada vez mais conhecer a si e a seu time. Conhecer características individuais da equipe é fundamental para o desenvolvimento de todos. Uma pesquisa da consultoria de recrutamento Egon Zehnder, mostra que lidar com questões comportamentais tem sido a principal dificuldade entre 402 presidentes de empresas em 11 países, inclusive no Brasil, com receitas combinadas de 2,6 trilhões de dólares.
Buscar autoconsciência, conseguir expressar vulnerabilidade, construir o time de gestores e comandar a transformação cultural das empresas foram apontados como os maiores desafios desses líderes. E, num contexto de extrema vulnerabilidade e mudanças constantes, buscar espaço para conhecer a si mesmo e refletir é uma questão de sobrevivência no mundo corporativo. É que o nosso cérebro é programado para a manutenção do status quo, para o esforço mínimo. Assim, sair do automático requer muita disciplina e força de vontade.
A pressão é constante. Essa mesma pesquisa mostra que 86% dos executivos no Brasil consideram necessário mudar a si mesmos enquanto mudam a empresa. No mundo, a proporção é de 79%. Por isso, cada vez mais os treinamentos empresariais estão apresentando abordagens diferentes, mais direcionadas para as questões de autoconhecimento, equilíbrio e inteligência emocional. Autoconhecimento tem sido a maior ferramenta dos líderes.
Muitos estão lotando salas de aula em busca de conhecimentos sobre coaching, programação neurolinguística e até meditação, como forma de se conhecerem e acalmarem suas mentes. Executivos engravatados sentando em pufes, montando estratégias com Lego e fazendo uso de lápis de cor, giz de cera, canetinha são cenas cada vez mais frequentes. O despertar da criatividade e das emoções passa pelo experimento de técnicas mais lúdicas, que visam integrar os dois lados do cérebro.
Tudo isso requer dos líderes uma boa dose de humildade. É preciso deixar a vaidade de lado e entender que o mundo mudou e eles precisam mudar junto. Aceitar aprender com os mais jovens e estar aberto para feedbacks de seus subordinados faz parte da rotina da liderança atual. Se despir de velhas crenças e abraçar o novo é o único caminho para os líderes que desejam enfrentar os seus desafios emocionais e tornarem-se referências para suas equipes.