Por Erik Penna
Você sabia que um dos maiores sonhos do brasileiro é ter o próprio negócio? Sim, segundo pesquisa da GEM Brasil, 44% dos brasileiros desejam abrir sua empresa. E, segundo dados do Sebrae:
– 99% do total de empresas no país são micro e pequenas empresas;
– Mais da metade dos empregos formais são criados pelos pequenos empreendedores;
– 40% da massa salarial no Brasil advém dos micro e pequenos negócios;
– 27% do PIB (Produto Interno Bruto) é gerado pelas MPEs;
– 45% não se sentem preparados para o desafio de empreender.
Números com tamanha relevância nos faz pensar por que nos debruçamos durantes anos em tantas disciplinas, estudamos horas e horas assuntos que não são tão substanciais para a vida e, na grande maioria das escolas do Brasil, nenhuma aula é ministrada sobre empreendedorismo. Quase nada se aprende no ensino fundamental e ensino médio sobre como montar e gerir um negócio.
E sabe o que é mais triste? O sonho de muita gente tem virado pesadelo. É isso mesmo pois, segundo o IBGE, seis em cada dez negócios abertos no Brasil fecham antes de completar cinco anos.
Essa estatística triste pode ser amenizada à medida que houver uma abordagem empreendedora no ambiente escolar. Muitos educadores já compreendem a importância dessa nova missão de vida, até porque descobrem em vários casos onde o negócio fecha as portas. Por consequência, alguns lares também são destruídos, afinal, onde falta pão, ninguém tem razão.
Já parou para pensar como seria sensacional ver crianças e adolescentes poderem estimular a criatividade, a cultura da inovação, descobrir sua aptidão profissional, estudar casos práticos de negócios, aprender com o erro e acertos de outros empreendedores, ser incentivado a pensar fora da caixa e a identificar oportunidades? E, a partir daí, quantos equívocos fatais poderiam ser evitados?
Outro dia, um comerciante me relatou que passou anos comprando um produto por R$ 20,00 e vendendo por R$ 40,00 e que, até fazer uma qualificação no Sebrae e aprender a fazer o cálculo de custo, achava erroneamente que o lucro nessa operação era de 100%. Outro caso semelhante ocorreu com um amigo dentista. Ele reconheceu enfrentar sérias dificuldades na gestão do seu consultório, afinal, estudou muito anos sobre a dentição humana, mas quase nada sobre gestão, finanças e pessoas.
Aliás, estudos apontam que é bem maior a taxa de mortalidade do empreendedor que abre um negócio por necessidade, quase que obrigado, para poder gerar alguma renda para garantir sua subsistência. Já aquele que empreende após ter identificado uma oportunidade, planeja e pesquisa tem chances bem maiores na longevidade da sua empresa.
E mesmo aqueles que ao estudar o empreendedorismo não pegam gosto pela abertura de um negócio próprio, com certeza a capacitação dessa disciplina aguçará o intraempreendedorismo, ou seja, proporcionará profissionais mais eficientes, funcionários mais engajados, colaboradores mais comprometidos. O empreendedorismo interno nos gera uma insatisfação por estar na posição de um mero coadjuvante para ser um protagonista na vida, visionário, ou seja, um líder que inspira e transforma pessoas e resultados.
Uma frase do filósofo chinês Confúcio diz: “Encontre um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida.” Evidentemente que fazer o que ama é um passo na direção certa do sucesso, mas fica claro que um professor que fala de negócios em sala de aula transforma a vida dos alunos, auxiliando na criação e manutenção da sua tão sonhada empresa e evitando um prematuro fracasso pessoal e profissional, além de contribuir para aulas mais estimulantes e interativas.