Wagner Gil
Com o tema ‘Fraternidade e Superação da Violência’ e o lema ‘Em Cristo, somos todos irmãos’, a CNBB lançou, esta semana, a Campanha da Fraternidade 2018, fato que chama atenção das autoridades em todo o país. Em Caruaru, o lançamento ocorreu na Igreja do Rosário e foi celebrada missa pelo bispo diocesano de Caruaru, dom Bernadino Marchió.
Esse tema é muito importante porque parte da Igreja o interesse também nessa luta para combater a violência em todos os sentidos, seja de gênero, física ou psicológica. Em sua fala, o bispo disse que ‘as famílias devem cultivar o amor ao próximo, a tolerância, a fraternidade e a paz, haja vista que é a partir de dentro de casa que a violência é deixada para trás’.
O tema chega em uma boa hora também em Pernambuco. Em 2017, mais de cinco mil pessoas foram assinadas, além de outras modalidades de crimes terem crescido de forma significativa, como roubos a bancos, assaltos a carros-fortes, a pessoas e estabelecimentos comerciais.
Em janeiro do 2017, foram mais de 500 mortes e, este ano, o número caiu para 448, mas nada a comemorar. Os dados são alarmantes. Em Caruaru, maior cidade do Interior, mais de 260 pessoas foram assassinadas no ano passado. Em janeiro deste ano houve uma redução, mas em fevereiro os dados voltaram a crescer com uma média de um homicídio por dia até o dia 8 de fevereiro.
Com a população aflita e o governo inoperante, fica muito difícil encontrar uma saída e a Campanha da Fraternidade pode ser a luz no fim do túnel que a sociedade esperava. Debater dentro de casa esse combate é importante. Como disse dom Dino em sua pregação, “é a partir de dentro de casa que a violência é deixada para trás’.
Também é preciso cobrar dos governos nas esferas municipal, estadual e federal programas sociais para jovens, aumento na geração de emprego, acesso mais fácil a documentos, como RG e carteira de habilitação, além de criação de ações especiais que qualifiquem as pessoas desempregadas.
Não podemos falar em combate à violência sem melhorar a estrutura da educação, da saúde pública e, sobretudo, da infraestrtutura do país e na geração de empregos. Hoje são mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho. É preciso olhar mais para o Brasil e a população vai fazer a sua parte, em outubro, quando serão escolhidos presidente, dois terços do Senado, além de novos governadores, deputados federais e estaduais.