Por Maurício Assuero
A imagem do Brasil a cada dia piora um pouco mais e, sem muito esforço, nossos representantes eleitos consegue, a cada semana, trazer um fato novo que empurra o Brasil um pouquinho mais para baixo. Falamos aqui sobre o aumento do emprego em fevereiro. Em março nos deparamos 13,5 milhões de desempregados. Isso por baixo porque se o mecanismo de apuração desse dado fosse mais real a situação seria mais tenebrosa.
Agora chega ao STE – Supremo Tribunal Eleitoral o processo de cassação da chapa eleita na última campanha presidencial e Fernando Henrique Cardoso afirma que se Temer for cassado iria “aumentar a confusão”, como se isso já não acontecesse todo dia. Começa pelas próprias decisões do presidente. Temer é um presidente de um mandato tampão, ou seja, se ele concorrer a presidência em 2018 terá um número de votos humilhante.
Titubeante e inseguro e agora busca a criação de um ministério para agradar Renan Calheiros, com o único objetivo de conseguir votos para reformas que não mudarão o Brasil no curto prazo e terão efeitos duvidosos no longo prazo. Adicionalmente, o mercado já começa a dar sinais de que a paciência se esgotou e que esta equipe econômica formada por pessoas com vasto conhecimento já não se mostra capaz de apresentar um plano para fazer o país crescer. Estamos diminuindo a taxa de juros, mas isso não está favorecendo o investimento. Se o país sair do atoleiro será única, e exclusivamente, por conta das ação das empresas, dos empresários e não do governo. A governabilidade do país passa pelo cargo da presidência que hoje está em mãos de uma pessoa que não tem pulso para decidir.
Podemos listar um rosário de ações equivocadas que o governo tomou, em tão pouco tempo. O caso das novas medidas dos cartões de crédito parece mais o caso do proprietário de um imóvel que para tirar um inquilino ruim derruba a casa. A não definição das regras sobre o saldo devedor do cartão ficou muito aberta e cada administradora pode fazer o que quiser. Cancelar o cartão e mandar outro, por exemplo. De que isso vai adiantar?
Finalmente, vamos considerar que estamos em pleno vigor da PEC do Teto. O que mudou? As universidades sofreram contingenciamento de crédito sendo limitado, assustadoramente, passagens e diárias para apresentação de trabalhos científicos, por exemplo. A dotação destinada a pesquisa e desenvolvimento está reduzida, projetos com créditos aprovados no ministério da saúde, por exemplo, ainda estão sem recursos. Portanto, caro sr. Fernando Henrique: a confusão já está armada há tempos.