Maurício Assuero
Não se pode deixar de concordar quando se fala nas incertezas do próximo ano. Um presidente com uma proposta diferente, com uma postura de independência em relação ao congresso causa estranheza, principalmente porque parte do que se pretende fazer depende da aprovação do congresso. Espera-se, sem dúvida, uma queda de braço entre executivo e legislação, com a mediação do judiciário. Parece, enfim, que os três poderes irão trabalhar em prol do Brasil.
Algumas coisas começam a ser observadas. As agências de avaliação de risco começam a acreditar que o Brasil pode mudar. Nós últimos meses desse ano houve uma ligeira melhora na quantidade de empregos com carteira assinada. Lógico que termos uma taxa de desemprego de 12% não nos deixa confortável, mas precisamos comemorar essa ligeira melhora e torcer para que se mantenha em 2019. Teremos um novo salário mínimo e aumento de salário implica em aumento de custos de produção, implica em preços maiores. Mas, isso só é válido até certo ponto.
Temos alguns pontos que precisavam ser esclarecidos pelo presidente eleito. Não me parece que haja tempo de explicar melhor a proposta da carteira verde amarela, mas algumas ações parecem razoáveis, parecem extremamente aceitáveis. Uma questão importante, divulgada por esses dias, diz respeito a tecnologia de dessalinização de Israel. Ora, nós um atlântico imenso aqui nos banhando e isso for mais barato do que a transposição do São Francisco, por que não fazer?
A questão da economia regional deve, sim, entrar na pauta e ser tratada com prioridade porque o Nordeste precisa de uma economia forte, não apenas na região metropolitana das capitais. A interiorização da economia é fundamental para mudar o cenário de dificuldades, de seca, de amarguras e decepções. Precisamos de projetos de desenvolvimento. O potencial dos nossos estados vai além da indústria do turismo, que se desenvolverá a partir do surgimento de outros atrativos.
Se buscarmos dados do PINTEC (IBGE) veremos que o estado de Pernambuco tem tido um bom desempenho em tecnologia. O bom de tecnologia é que se trata de produto fundamental para o desenvolvimento de outras atividades. E, acredito, que deve se com esse espírito que devemos esperar 2019. Independente de gostarmos ou não do presidente eleito.
Do ponto de vista econômico, as propostas apresentadas levariam o Brasil para uma situação melhor. Temos a capacidade de atrair investidores com as privatizações e não emprestar (melhor dizer dar) dinheiro do BNDES a países como Cuba e Venezuela, já é uma grande coisa porque o a construção do porto de Mariel nunca será paga. O BNDES está cobrando o Tesouro Nacional uma parcela de R$ 4 bilhões que não foi paga. Evitar isso, já é uma grande vantagem. Feliz 2019!