Matheus Vieira Campos
As novas tecnologias têm promovido transformações significativas no universo corporativo, inclusive no que envolve as pessoas. A integração entre os sistemas físicos e digitais, principal característica da indústria 4.0, tem ampliado a qualidade dos processos, tornando-os mais rápidos e desburocratizados. Essas mudanças tem criado diferentes dinâmicas de trabalho e exigido novas habilidades dos colaboradores e também das empresas.
É por isso, que adaptação é a palavra do momento. Um desafio que se apresenta na era digital, sobretudo a para os profissionais, é a tentativa de dominar as tecnologias e buscar seus respectivos espaços nesse novo cenário. É nesse contexto que o setor de Recursos Humanos adquire importância fundamental. Esse segmento, que até então era associado a tarefas mecânicas e repetitivas, assume o papel de conduzir os profissionais nessa transformação, viabilizando a adaptação deles à essa nova realidade.
Uma das funções mais importantes do RH nesse contexto é a de promover treinamentos, afinal, manter os colaboradores atualizados em relação às tendências do mercado é um diferencial na busca pela competitividade. Além de promover essas ações, dar visibilidade a elas também é importante. A união entre os setores de RH e marketing na busca de estratégias de atração de talentos tem sido uma tendência entre as organizações modernas.
Também é inevitável a chegada de novas tecnologias ao setor. O chamado RH 4.0 pode ser entendido como uma extensão da revolução, na medida em que desburocratiza e automatiza processos que outrora sobrecarregavam os profissionais. Tecnologias como o People Analytics, que coleta e cruza dados sobre os funcionários para direcionar ações de otimização, ilustram o caráter estratégico do RH no cenário atual.
Um case que ilustra a utilização de People Analytics para melhorar a produtividade é o do Bank of America. A empresa, que sofreu por anos com altos índices de turnover, aplicou a metodologia em seu setor de call center. Os dados coletados permitiram concluir que os funcionários que interagiam mais com os colegas durante o expediente tinham produtividade maior. Diante dessa constatação, os gestores fizeram uma mudança simples: alteraram a escala de intervalos dos funcionários e permitiram que eles fizessem seus intervalos juntos. O resultado foi um aumento de 23% na velocidade dos atendimentos e uma economia em torno dos US$15 milhões.