Por Beatriz Montiani, diretora de Inovação e Engajamento com Fintechs da Visa do Brasil
Logo nos primeiros meses de 2020 fomos todos surpreendidos com a pandemia que nos fez rever vários aspectos da nossa vida. Na Visa não foi diferente. Tivemos que repensar o formato do Programa de Aceleração, que era realizado de forma presencial e o objetivo principal sempre foi o de gerar conexões e negócios.
O maior receio era o impacto que poderia acontecer, durante o Programa, na criação das conexões e relações entre a Visa e as startups selecionadas. As telas dos computadores poderiam atrapalhar esse relacionamento? Poderia nos impedir de conseguir passar todo o aprendizado e experiência que transmitimos nas edições presenciais? A edição 2020, 100% virtual, mostrou que estávamos enganados.
A nossa preocupação com a interação entre as startups nos fez ter ainda mais cuidado no momento da seleção e, por isso, em 2020, optamos por dar essa oportunidade para três empresas que acreditamos ter projetos com maior sinergia com a Visa. Assim, conseguimos dedicar ainda mais tempo para cada uma delas tornando essa edição ainda mais personalizada e única.
Uma das etapas que acreditávamos ter potencial para ser a mais afetada era a etapa internacional. Antes, levávamos todas as startups para uma imersão no Vale do Silício por três semanas, o que não foi possível em 2020 devido ao lockdown. Mas, o que poderia ser um problema, virou uma oportunidade: sem a necessidade de deslocamento, conseguimos viabilizar às startups selecionadas um contato direto com os principais hubs internacionais de inovação no mundo, como os das cidades de Tel Aviv, Londres, Singapura, Shangai e Nova York, além do Vale do Silício, compartilhando com as startups o mindset poderoso de fazer negócios e a forma arrojada e colaborativa de se trabalhar. Algo novo que adotamos com a versão virtual, foi a de convidar os alumni do Programa para participar de talks que seriam interessantes e eram diferentes dos que tinham participado. A troca de experiências é super enriquecedora para o grupo, além de colocar os empreendedores de diferentes edições em contato.
Após a etapa internacional, iniciamos a etapa do Bootcamp – momento em que reavaliam sua estratégia e depois verificam oportunidades e sinergias com o ecossistema Visa. E, se antes as trocas eram maiores pela facilidade que encontros presenciais proporcionavam com todas as startups em um mesmo lugar, dessa vez o maior desafio foi manter a realização dessa atividade de forma individualizada e remota, diria que até Taylormade para termos o melhor resultado possível.
As reuniões também foram afetadas de forma positiva, pois sem o tempo de deslocamento e trânsito todas aconteceram de forma pontual, o que ao meu ver é super importante no mundo dos negócios (mas não somente). Afinal, tempo é o asset mais precioso que nós temos. Além disso, as calls começaram a ser mais assertivas, planejadas previamente, melhorando a organização de todos os envolvidos no Programa.
A edição remota foi como um piloto, e o que deu certo será mantido para as próximas. Acreditamos muito em um sistema misto que reúna o melhor dos dois formatos, presencial e online. Vamos conseguir chegar a mais pessoas de forma online e valorizar os benefícios que o encontro físico proporciona. O mais importante é que de forma online ou não, negócios foram fechados, conexões feitas e startups ficam ainda mais preparadas para atender clientes e parceiros do mercado.