Artigo: Por que pão é ruim para você: uma verdade surpreendente

Por Vinícius Possebon

Você já deve ter ouvido falar que o pão branco e os grãos refinados não são exatamente os alimentos mais nutritivos para quem busca uma dieta equilibrada. Por isso, os nutricionistas costumam sugerir a substituição desses itens por cereais integrais.

Entretanto, há um detalhe: os grãos, principalmente os que contêm glúten, como o trigo, estão sendo objeto de muitos estudos nos últimos anos. Agora, vários profissionais da saúde dizem que o pão e outros grãos fontes de glúten são prejudiciais.

Mas por que pão é ruim? Como será que ele se tornou o vilão da história?

Excesso de carboidratos e altos níveis de açúcar no sangue

Algumas pessoas não sabem, mas o pão integral nem sempre é feito com grãos integrais, que não foram processados. A verdade é que esses grãos são pulverizados numa farinha muito fina. Embora esse processo preserve os nutrientes, faz com que os produtos possam ser digeridos mais rapidamente.

Quando chegam ao aparelho digestivo, os amidos presentes no pão são rapidamente quebrados e entram na corrente sanguínea como glicose. O resultado disso? Um rápido aumento nos níveis de açúcar e insulina. E até mesmo o pão de trigo integral aumenta os picos de açúcar no sangue mais rápido do que muitas barras de chocolate.

É por isso que estudos sobre dietas com restrição de carboidratos, que eliminam ou reduzem os aminoácidos e açúcares, indicam que pessoas com diabetes ou que precisam perder peso devem evitar todos os grãos.

O pão contém muito glúten

O trigo é riquíssimo em uma proteína chamada glúten, que é responsável pelas propriedades viscoelásticas da massa. Você provavelmente conhece alguém que tem sensibilidade a essa proteína. Quando ingerimos um pão que contém glúten (trigo, espelta, centeio e cevada), o sistema imunológico em nosso trato digestivo “ataca” as proteínas do glúten.

Estudos realizados em indivíduos que não possuíam doença celíaca revelaram que o glúten danifica a parede digestiva, provocando inchaço, dor e cansaço. A sensibilidade ao glúten também foi associada a alguns casos de duas doenças graves do cérebro: esquizofrenia e ataxia cerebelar.

No final das contas, descobriu-se que o glúten é provavelmente prejudicial para a maioria das pessoas, independentemente de terem ou não doença celíaca ou sensibilidade ao glúten. Quer saber se você está incluído nesse grupo? Experimente eliminar o glúten da sua alimentação durante 30 dias e, em seguida, reintroduzi-lo.

O pão contém outras substâncias perigosas

Assim como outros alimentos processados, a maioria dos tipos comerciais de pão contém açúcar ou xarope de milho. O açúcar, por exemplo, pode provocar muitos danos e, comer alimentos processados que contenham essa substância, é uma das maneiras mais rápidas de prejudicar sua saúde.
Muitos grãos também contém uma substância “anti nutriente” chamada ácido fítico. Trata-se de uma molécula que se “agarra” a minerais essenciais como ferro, zinco e cálcio, impedindo-os de serem absorvidos.

O pão é pobre em nutrientes essenciais

Sejamos honestos: não existe nenhum nutriente no pão que você não possa obter em outros alimentos em quantidades ainda maiores. Como já comentamos antes, nem mesmo o pão integral é tão nutritivo assim: além de ser pobre em nutrientes em comparação com outros alimentos, ele literalmente diminui a absorção de nutrientes de outros alimentos. O trigo integral é só “menos ruim” do que o trigo refinado.

Ninguém duvida que pão integral é melhor do que o pão feito com grãos refinados, já que contêm mais fibras e nutrientes. Apesar disso, ele é apenas o menor de dois males, o que não o torna necessariamente saudável.

Mas não se preocupe: se você realmente quer ou precisa incluir pão na sua dieta, existem algumas opções mais saudáveis. Uma boa dica é procurar um pão feito com grãos germinados encharcados. Quando é preparado dessa forma, a quantidade de ácido fítico é reduzida. Outra opção é consumir pães sem glúten, que são mais saudáveis do que aqueles preparados com grãos que contêm glúten, como o trigo, espelta, centeio e cevada.

Para concluir, se você precisa perder peso ou tem problemas digestivos, é melhor pensar duas vezes se vale a pena manter o pão na sua dieta.

Autor: Vinícius Possebon é personal trainer, palestrante e criador do Sistema de Emagrecimento Queima de 48 Horas. 

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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