Por Maurício Assuero
Esta semana o Ministro da Fazenda anunciou que havia um estudo relacionado ao uso do FGTS em substituição ao seguro desemprego. Para ser mais claro: o FGTS do trabalhador demitido sem justa causa, seria pago em até 3 parcelas e somente após esse período seria pago o seguro desemprego. Caso ele conseguisse um emprego novo dentro desses três, obviamente, não haveria necessidade de seguro desemprego a ser pago. Simples assim.
Diga-se de passagem que o FGTS do trabalhador brasileiro não retrata, nem de longe, qualquer remuneração pelo tempo de serviço. O saldo da conta do FGTS é atualizado à taxa de 3% ao ano, acrescido da variação da TR – Taxa de Referência que é o mesmo indexador da caderneta de poupança e que é menor do que qualquer índice de inflação oficial. A TR é uma média da taxa de captação dos vinte maiores bancos do Brasil e tem sido usada, equivocadamente, como indexador de preço.
Em linhas gerais o governo se esforça para cortar gastos e salvar o orçamento. As ações adotadas são medíocres e estão no mesmo nível de dignidade de um presidente fraco, corrupto, vaidoso, que só enxerga o cargo e não o interesse da economia e da sociedade brasileira. Temer não tem moral para representar o país e a recente visita a Noruega foi taxativa. Muito triste um presidente ser cobrado publicamente para colocar um freio num sistema de corrupção que o envolve. Muito triste sabermos que por conta do aumento do desmatamento o fundo da Amazônia perdeu US$ 200 milhões. É lamentável o presidente reunir seus principais aliados para definir liberação de verbas para deputados se posicionarem contra o pedido de investigação. Junte tudo isso e analise se o Brasil vai sair dessa crise com este governo.
Estamos num momento de reavaliar a política econômica incentivando o emprego. A taxa de juros está sendo reduzida gradativamente e a expectativa de inflação está abaixo da meta, mais precisamente em 3,8% ao ano. Ótimo, agora falta renda para alavancar a economia. A proposta trabalhista está ameaçada no senado. A previdenciária tem tudo para não decolar e se fizer mais concessão, pode dizer adeus ao controle dos gastos.
Finalmente, como desgraça geralmente vem em “quilo”, a posição dos Estados Unidos em não comprar carne in natura foi um golpe duro para o setor. Acertada a decisão do Ministro da Agricultura em viajar para tentar reverter esta decisão. O que não pode é permitir que a economia seja mais enfraquecida. O Brasil não aguenta mais.