Das 10 ocupações profissionais com os melhores saldos de emprego no Brasil em junho, metade é do setor agropecuário. Trabalhadores que atuam no cultivo de árvores frutíferas, na cultura do café e da cana-de-açúcar, volantes na agricultura e empregados agropecuários em geral tiveram um acréscimo de 36.329 vagas de trabalho formal no último mês, reflexo do desempenho do setor no país. A Agropecuária foi, junto com a Administração Pública, a principal responsável pelo resultado positivo do emprego formal em junho.
A informação está no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgado em julho, que mostra também um bom desempenho da ocupação de alimentador de produção. Foram criados nessa área 6.805 empregos formais. Cargo tradicionalmente da indústria, ele sinaliza que, embora o setor ainda esteja se recuperando da crise, já está reagindo à retomada do crescimento econômico.
“O mapa do emprego por ocupação reflete exatamente o momento econômico que estamos vivendo. Ele mostra quais são as áreas que estão se recuperando primeiro e retomando o crescimento. Estamos trabalhando incansavelmente para que isso, em breve, esteja ocorrendo com todos os trabalhadores ”, afirma o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
O Caged de junho mostrou também as ocupações mais prejudicadas com o fechamento de vagas. A principal delas é a de pedreiro, que perdeu 3.279 postos de emprego formal. Em seguida aparecem trabalhadores da cultura de milho e sorgo (reflexo da sazonalidade), supervisores e gerentes de áreas administrativas e vendedores do comércio varejista.
Acumulado do ano – Se for considerado o desempenho dos seis primeiros meses do ano, o cenário fica ainda melhor para quem trabalha como alimentador de produção. Foram criados nessa área 43.339 empregos formais de janeiro a junho de 2017.
A Agropecuária também segue em alta. Assim como no último mês avaliado, das 10 ocupações profissionais com os melhores saldos de emprego no Brasil no semestre, metade é no campo. Empregados na cultura do café, no cultivo de árvores frutíferas, volantes na agricultura, tratoristas e trabalhadores agropecuários em geral tiveram um acréscimo de 103.409 vagas de trabalho formal desde o início deste ano.
Já a ocupação que mais sofreu com o fechamento de vagas nesse período foi a de vendedor do comércio varejista, que perdeu 55.790 postos de emprego formal. Em seguida estão operador de caixa, trabalhador da cultura de cana-de-açúcar, pedreiro e supervisor administrativo.
Segundo o coordenador-geral de Cadastros, Identificação Profissional e Estudos do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, os dados do Caged para o primeiro semestre de 2017 reforçam a percepção de retomada do crescimento econômico. “É um crescimento ainda irregular e com tempos diferentes de acordo com os setores econômicos. Se a Agropecuária tem se mostrado o motor da geração de empregos, falta essa dinâmica positiva chegar principalmente ao Comércio e aos Serviços, para impulsionar a criação de novos postos formais de trabalho”, avalia.
Variação nos 12 meses – Se levada em conta a variação dos últimos 12 meses, o quadro geral muda, porque não há influência das sazonalidades características de cada período. Em comparação com o mês de junho e com o primeiro semestre deste ano, apenas a ocupação de alimentador de linha de produção segue em alta. De julho de 2016 a junho de 2017, foram criados 54.686 empregos formais para esses profissionais em todo o país. Embalador, atendente de lojas e mercados, faxineiro e repositor de mercadorias vêm em seguida.
No pé da lista estão algumas das ocupações da área da Construção Civil. O profissional mais prejudicado foi o pedreiro, com o fechamento de 62.476 vagas formais. Perderam oportunidades no setor, ainda, serventes de obras, mestres de obras e carpinteiros. Vendedor do comércio varejista também é uma das ocupações que mais tiveram postos encerrados nos últimos 12 meses.