A exploração do trabalho de crianças e adolescentes no município de Caruaru foi o tema de uma audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (18), na Câmara Municipal de Caruaru. Promovida pela Secretaria Municipal da Criança, do Adolescente e de Políticas Sociais, com apoio do Poder Legislativo, a audiência reuniu conselheiros tutelares, vereadores, promotores públicos e educadores.
Os trabalhos foram conduzidos pelo vereador Lula Tôrres (PR), vice-presidente da Câmara, com a participação do procurador do Trabalho, José Adilson Pereira da Costa; da secretária da Criança, do Adolescente e de Políticas Sociais, Martha Melo; do gerente do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, Joelson Rodrigues; do presidente do Conselho Tutelar II, Nivaldo Júnior; além das diretoras da Proteção Básica da secretaria, Tatiana Pereira, e da Proteção Especial, Cyntia Raquel Medeiros, e da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – COMDICA, Verônica Alves.
O vereador Gilberto de Dora (PSB), presidente da Comissão de Políticas Públicas para a Juventude da Câmara Municipal de Caruaru, sugeriu algumas estratégias de apoio na erradicação do trabalho infantil. “Acabar com o trabalho de crianças é de suma importância, mas precisamos dotar o município de melhor estrutura para isso, como aumentar a quantidade de creches. O governo federal disponibilizou verba suficiente para construir 17 delas, mas ainda não foram implantadas, pois a prefeitura alega não ter condições de mantê-las após a obra construída. Como ajudar, então, a mulher que trabalha fora e não tem onde deixar a criança? É obrigada a levar o seu filho, a sua filha ao trabalho? Por isso defendo também mais escolas em tempo integral. Lugar de criança é na escola”, declarou o parlamentar.
De acordo com Cyntia Raquel Medeiros, diretora da Proteção Especial da Secretaria da Criança, do Adolescente e de Políticas Sociais, do ano passado para cá, a prefeitura registrou 280 casos de crianças e adolescentes em situação de trabalho, e conseguiu fazer o acompanhamento, inclusive com orientação aos pais, de 10% desses casos.
“Nós temos que tirar as crianças da rua e do trabalho. A criança não pode trabalhar, mas precisa de um lugar adequado para ficar. No entanto, não é isso que estamos vendo. Criança gosta é de brincar, mas infelizmente o poder público não disponibiliza isso”, criticou o vereador Rodrigues da Ceaca (PRTB).