O 1º vice-líder do PSDB, deputado Pedro Cunha Lima (PB), acredita que o Brasil entrou em fase de recuperação e está superando a grave recessão dos últimos anos. Para o tucano, é preciso prosseguir na busca pela aprovação das reformas e na adoção de medidas visando o crescimento e, consequentemente, a retomada dos empregos e da renda da população.
Reportagem publicada pela “Folha” no fim de semana destaca que a economia brasileira indica ter saído do fundo do poço neste início de ano. Os principais fatores que a impulsionaram foram a melhora da demanda por commodities, o aumento da safra agrícola e a queda da inflação e dos juros. Em pronunciamento recente, o presidente Michel Temer disse que, com as quedas nesses dois indicadores, haverá aumento da confiança e dos investimentos no país.
“Essa reação tem que ser comemorada, mas deve vir acompanhada de reformas. Não tem como superar a situação atual sem as reformas que o Brasil precisa. O importante é que o tema está sendo debatido com a sociedade e com especialistas para que as decisões corretas sejam tomadas. Agora, uma coisa é certa: é preciso mudar para que haja o enfrentamento robusto da crise”, alerta Pedro Cunha Lima.
Em janeiro de 2016, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 10%. Com as medidas tomadas pelo governo federal desde então, como o teto de gastos públicos e o incentivo ao empreendedorismo, o índice encerrou 2016 em 6,29%, abaixo do teto da meta de 6,5%. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o IPCA chegou a 5,35%, menor nível desde setembro de 2012.
Nas palavras do presidente da República, após o combate à recessão parte-se para o crescimento e, em seguida, para o combate ao desemprego. É a mesma avaliação do deputado do PSDB. Para ele, os empregos e a melhoria na renda serão consequência das ações que estão sendo e serão tomadas. “A situação em que o país foi deixado é calamitosa, então não será do dia para a noite que conseguiremos retomar o crescimento e fazer com que a população sinta isso com a retomada do emprego e melhoria da renda, que é o mais importante”.
O recuo dos preços tem permitido ao Banco Central cortar juros a um ritmo mais rápido neste ano. Os dois fatores, de acordo com analistas, são as principais explicações para o aumento da confiança de consumidores e empresários, que também voltou para os níveis de 2014. Os analistas dizem, no entanto, que a recuperação ainda é fraca. Mas a retomada da confiança levará ao crescimento, em breve, e à geração de empregos.
“Por isso a população precisa ter consciência de que as reformas são para mudar uma situação que hoje é triste na vida de muitos. Dificilmente algo teria mudado se o PT tivesse continuado no governo. Para melhorar era preciso uma mudança de rumo. Isso só foi possível porque eles saíram. E o resultado que começa a aparecer mostra que o caminho está certo”, destaca Pedro Cunha Lima.
Nesta semana uma importante medida do governo vai fazer com que a economia seja aquecida. Trata-se da liberação de recursos das contas inativas do FGTS, que, segundo estimativas, deve injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia.
notaNÚMEROS
4,36%
É a estimativa de inflação para 2017, segundo a última edição do Boletim Focus, publicado pelo Banco Central. Ou seja, abaixo da meta, que é de 4,5%.
9,25%
É a previsão do mercado financeiro para a taxa de juros no fechamento de 2017. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.
US$ 4,5 bilhões
Foi o saldo da balança comercial em fevereiro. Houve crescimento na venda de produtos brasileiros para o exterior em todas as modalidades.