Foto: André Ráguine
Na última terça (8), a Unidade Regional Agreste da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) realizou sua primeira reunião do ano com os integrantes do Conselho Empresarial da região. Na oportunidade, os empresários dialogaram sobre as perspectivas econômicas da indústria para 2022 e as dificuldades que estão enfrentando em razão do aumento do número de casos de Covid-19 e Influenza H3N2 e também apresentaram seus pleitos a integrantes das Polícias de Pernambuco sobre o reforço na segurança pública e patrimonial.
O economista da Fiepe, Cézar Andrade, mostrou o balanço da produção industrial de 2021 e avaliou as perspectivas para 2022 dentro do cenário de instabilidade sanitária. “No ano passado até o mês de novembro, a indústria de transformação esteve estagnada, mantendo-se igual à produção de em 2020, o que configura um dado preocupante por ter como base o início da pandemia. Apesar da produção industrial ter caído, o Produto Interno Bruto (PIB) esteve mais elevado do que o apresentado no ano anterior”, explicou. Sobre os problemas enfrentados pela indústria que explicam o baixo crescimento, uma pesquisa da Fiepe identificou: falta de matéria-prima, o problema relatado por mais de 50% dos entrevistados; a falta ou alto custo de energia; a taxa de câmbio para quem lida com matéria-prima importada, a elevada carga tributária e a demanda interna insuficiente.
O especialista falou ainda sobre o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês, que teve recuou de 1 ponto percentual em relação a dezembro, passando de 57,2 para 56,2 pontos. “Para que haja um retorno satisfatório da economia é imprescindível o controle da pandemia para que haja o destrave das engrenagens econômicas. As reformas estruturais, a exemplo da tributária e administrativa, tanto no âmbito federal quanto estadual também são fundamentais”. O economista ressaltou ainda que, de acordo com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a projeção de crescimento para a indústria pernambucana é de 0,5%, mostrando um ano de estagnação ou até mesmo de recessão, caso o cenário permaneça o mesmo.
Ainda no âmbito da defesa de interesses, os empresários também dialogaram sobre a segurança pública e patrimonial com os delegados da Polícia Civil, Luciana Almeida e Igor Nogueira, das seccionais de Caruaru e Belo Jardim, respectivamente, com o diretor integrado do Interior, o coronel Paulo César, e o tenente coronel Adriel, da Polícia Militar. “Não só a indústria, mas todos os setores da economia estão atravessando um momento de extrema dificuldade e é importante, cada vez mais, unirmos forças para solucionar não apenas os problemas de ordem sanitária, mas, também, os de outros aspectos que impactam o nosso desenvolvimento. Contar com integrantes das Polícias de Pernambuco na nossa reunião estreita nossas relações institucionais e faz com que os empresários tenham uma escuta ainda mais qualificada”, enfatizou o diretor regional da Fiepe, João Bezerra.
O gerente de relações industriais da Fiepe, Abraão Rodrigues, também destacou a importância desse diálogo mais estreito. “Agradecemos demais a disponibilidade das autoridades aqui presentes e enxergamos nas polícias, tanto a Militar quanto a Civil, grandes parceiras do trabalho da Federação na defesa dos interesses das indústrias do Agreste, ajudando os empresários no relato de suas dificuldades no que diz respeito à segurança de suas propriedades industriais. Nosso objetivo é ter ainda mais suporte para garantirmos mais apoio de ações proativas que evitem qualquer tipo de prejuízo financeiro, social e emocional aos empresários e seus colaboradores na região”, finalizou.